Título: Acervo vira patrimônio
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Fonte: Correio Braziliense, 03/12/2011, Política, p. 8

O Arquivo Nacional no Rio de Janeiro recebeu ontem o certificado internacional do Programa Memória do Mundo, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) pela documentação Rede de Informações e Contrainformação do Regime Militar no Brasil (1964-1985). O material, que era do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) e de serviços de inteligência estaduais, integra o acervo do arquivo e teve o reconhecimento de que é um patrimônio da humanidade. O título também foi para uma série de papéis sobre cartografia, selecionados nos primeiros anos do século passado. As informações são da Agência Brasil.

O Arquivo Nacional é hoje um dos órgãos do governo federal que mais abriga documentos sobre a ditadura, principalmente papéis do extinto SNI e Forças Armadas. No início do ano, o arquivo em Brasília abriu para consulta pública o material doado pelo Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica (Cisa). Além disso, todos eles integram o Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985) — Memórias Reveladas —, que reúne todos os documentos selecionados durante o regime militar, que foram coletados ao longo dos últimos anos.

Os outros documentos são do arquivo Francisco Bhering, que foi um dos primeiros integrantes da comissão que começou a modernizar a cartografia no país, em 1920. No acervo, além de mapas, há material referente a linhas telegráficas, hidrografia, países fronteiriços, ferrovias, urbanismo, entre outros. Segundo José Luiz de Faria Santos, a documentação foi o ponto de partida para a construção da cartografia nacional nos moldes internacionais.