Alvos negam suspeitas e esquemas de corrupção  

Fabio Serapião e Fábio Fabrini 

05/02/2017

 

 

Grupos empresariais e ex-agentes públicos citados contestam indícios de irregularidades apontados pelas operações Sépsis, Greenfield e Cui Bono?

As empresas e ex-agentes públicos citados negaram irregularidades e envolvimento nas suspeitas investigadas pelas operações Sépsis, Greenfield e Cui Bono?, alvo de uma nova força-tarefa da Procuradoria do República no Distrito Federal.

O advogado Gamil Föppel, que representa o ex-ministro e ex-vice-presidente da Caixa Geddel Vieira Lima, disse que houve equívoco e injustiça na Operação Cui Bono?. Segundo ele, “não se apontou, não se aponta e nem se apontará” no inquérito qualquer valor recebido por Geddel.

A defesa de Funaro não respondeu a questionamentos do Estado, enviados por e-mail.

O deputado cassado Eduardo Cunha, por meio de seu advogado Pedro Ivo, informou que só se “manifestará nos autos, refutando, desde já, as infundadas acusações”. A defesa de Fabio Cleto não foi localizada.

A Holding J&F, da família de Joesley e Wesley Batista, informou, por meio de nota, que “nenhum de seus executivos ou pessoa autorizada por eles procurou agentes políticos para interferir ou intermediar quaisquer de suas operações financeiras”.

Sobre Funaro, a empresa afirma que a relação entre eles é privada “não havendo qualquer relação com entes públicos, e todas realizadas de forma legal”. A J&F afirma ainda que sempre se pautou pela transparência e está colaborando com as autoridades. A JBS informou que “não figura como investigada em nenhuma das 3 operações mencionadas”.

A Engevix e a Desenvix alegaram, em nota, que “qualquer suposição” relacionando seus contratos a propinas “é mentirosa e sem provas”. As empresas informaram que os financiamentos recebidos, para projetos de geração de energia, “foram feitos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), não relacionados, portanto, ao FGTS”.

A WTorre disse que “não tem negócios na esfera do poder público”, tampouco com “nenhum dos fundos de pensão citados na Operação Greenfield”. A empresa afirmou que, em 2005, participou e venceu concorrência promovida pela Rio Bravo Investimentos, uma entidade privada, para a construção de um estaleiro.

Em junho de 2010, o estaleiro foi vendido à Engevix. A Sete Brasil, a Invepar e a OAS informaram que não se manifestariam.

A Norte Energia não respondeu.

A Cone S/A, por meio de sua assessoria, informou que jamais “negociou ou ofereceu vantagens indevidas a qualquer funcionário da Caixa ou a qualquer eventual intermediário.” A BR Vias disse que segue colaborando com as autoridades para o esclarecimentos dos fatos. A Oeste Sul informou que não recebeu notificação sobre o tema, mas que está à disposição da Justiça.

A Marfrig informou que a Caixa ou qualquer um de seus fundos nunca foram e não são acionistas relevantes da companhia.

Segundo a empresa, as operações com a instituição financeira sempre foram feitas em “condições de mercado, com custos equivalentes aos dos bancos privados, com garantias reais e sem qualquer tipo de privilégio”. / FABIO SERAPIÃO e FÁBIO FABRINI

O Estado de São Paulo, n. 45036, 05/02/2017. Política, p. A5