Esperança de um país melhor

21/03/2017

 

 

Empresários e jornalistas destacam trabalho de Cármen Lúcia na busca por avanços para o Brasil

Em meio à importância e à atualidade dos assuntos debatidos durante o quinto encontro “E agora, Brasil?”, tendo como convidada a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, presidente da Corte, editores e colunistas do GLOBO, dirigentes da Confederação Nacional do Comércio (CNC), empresários e convidados ressaltaram a vontade da magistrada de mudar o país, de fazer valer as leis.

Vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana destacou o otimismo de Cármen Lúcia ao falar das mudanças pelas quais o Brasil passa atualmente:

— Tiramos de bom desse encontro a crença em um país melhor, e vejo isso como uma discussão muito apropriada no momento que a gente vive. A ministra Cármen Lúcia reafirmou a crença no país, com muita propriedade e efetiva visibilidade do que está acontecendo.

Ex-ministro da Justiça e relator da Assembleia Nacional Constituinte, Bernardo Cabral, que é conselheiro da presidência da CNC, lembrou que conhece Cármen Lúcia desde que ela ainda integrava o conselho da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Minas Gerais.

— Eu era presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e ela era conselheira em Minas, há 35 anos. E eu vejo que ela não mudou nada no que diz respeito a seu idealismo. Ela acaba de fazer uma profissão de fé neste comparecimento ao “E Agora, Brasil ?” para dizer que tem fome de brasilidade. Como chefe de um poder, ela pode se encarregar de muitas coisas que aqui foram abordadas — destacou Cabral.

Conselheiro da presidência da CNC e ex-ministro da Fazenda, o economista Ernane Galvêas afirmou que a presidente do STF representa a esperança que o Brasil tanto anseia.

— Diante do cargo que exerce, a ministra é uma esperança. Nós temos uma grande esperança de que ela vai influir sobre o destino do Brasil, sobre o Judiciário, sobre o Executivo, sobre o Legislativo. É uma esperança para todos nós e para o país — afirmou ele.

Diretor de Redação do GLOBO, Ascânio Seleme também destacou a palavra “esperança” ao falar da ministra e da relevância do encontro, que transcorreu em ambiente de descontração:

— Acho que ela (Cármen Lúcia) expressa muito bem o pensamento da maioria da população brasileira. Ela é fiel, como deve ser, à lei, mas gosta de serenidade, de resposta e eficiência. O que chamou atenção, da densidade do que disse, é o bom humor dela. E isso é fundamental no país, pessoas que têm vontade de construir, mas com humor — disse Ascânio, antes de falar dos rumos do país: — Depois, finalmente, a esperança dela, aquela consideração final em que ela citou Paulo Mendes Campos, e concluiu que, além do medo, ela tem coragem; além dos problemas que a Lava-Jato trouxe para o país, ela tem muita esperança. Esse é o recado mais conclusivo dela. A Lava-Jato trouxe não só medo, porque os membros das instituições estão corrompidos, mas mostra que tem uma luz clara no fim do túnel. Esse foi o melhor recado: a esperança.

A colunista Míriam Leitão destacou a relação intensa do Supremo com o Brasil.

— Foi muito importante ela esclarecer várias questões, porque a relação do Brasil com o Supremo está muito intensa. Às vezes, reclama-se: “Está faltando decisão do Supremo, está devagar demais”. Em outros momentos, diz-se que o Supremo se intrometeu em coisas que não devia se intrometer. Ela esclareceu muito esse ponto de qual é o papel do Supremo e qual papel ele exerce nesse momento — disse Míriam. — Eu destaco todas as manifestações dela demonstrando que a nossa democracia está sólida, apesar de todo esse momento. Teve um momento em que eu disse que tenho medo porque vi a ditadura e ela disse: “Eu não tenho medo”. Ela acha que se precisa cumprir o artigo 14 da Constituição, que estabelece que democracia não é apenas representação política, é participação popular. Ela tem a leveza de falar de forma clara e poética sobre todas as questões.

Para o colunista Lauro Jardim, Cármen Lúcia “alia conhecimento, rigor e humanismo como raras autoridades no Brasil.” Já o também colunista Merval Pereira salientou a importância de a ministra estar à frente, neste momento, do STF:

— O Supremo hoje resguarda a democracia do país, o tribunal nos dá essa garantia. Vejo como uma boa coincidência a ministra Cármen Lúcia ocupar a presidência do Supremo Tribunal Federal neste momento que o país vive — ressaltou Merval.

O colunista Ancelmo Gois destacou “o lado doce” da presidente do STF:

— A ministra representa, a meu ver, o que há de melhor na alma brasileira, a grande generosidade. Representa esse lado do Brasil, o lado do interior, doce, não o lado da violência.

O colunista José Casado chamou a atenção para a vontade de Cármen Lúcia de implantar mudanças no Judiciário:

— Os casos de políticos com mandato envolvidos na Lava-Jato devem aumentar o congestionamento da pauta do Supremo. Os juízes vão precisar trabalhar muito para desfazer a percepção coletiva de lentidão nos processos da expressiva minoria que vive em foro privilegiado. A presidente do tribunal mostrou como esse tipo de preocupação social já está levando a mudanças de procedimento no Judiciário.

Para a colunista Lydia Medeiros, “o Supremo Tribunal Federal terá de dar uma resposta rápida à expectativa da população diante dos casos de corrupção que dominam a política no país. E a ministra Cármen mostrou disposição para conduzir o tribunal nessa tarefa”.

O globo, n.30542 , 21/03/2017. País, p.9