De volta à planície, Renan vive esvaziamento político

Júnia Gama

Maria Lima

01/03/2017

 

 

Mandato de ex-presidente do Senado termina em 2018 e há incerteza sobre nova eleição; Eunício muda equipe

Após uma longa temporada como o poderoso presidente do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) está de volta à planície com muitos problemas para encarar. Com os oito anos de seu mandato chegando ao fim, a disputa de uma nova eleição ao Senado no ano que vem ainda é considerada incerta.

Renan vem perdendo popularidade e se vê fragilizado diante da Justiça, com 11 inquéritos pesando em suas costas, sendo que oito deles no âmbito da Operação Lava-Jato. O senador ainda é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso que envolve irregularidades no pagamento de pensão à filha que teve fora do casamento.

Uma mostra clara do esvaziamento político de Renan é a tentativa de descolamento feita pelo novo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que tem um estilo de gestão diferente do de seu colega de partido.

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DEBANDADA DE ASSESSORES

Assim que assumiu a cadeira antes ocupada por Renan, Eunício passou a promover um afastamento gradual de seu antecessor. O presidente do Senado está, aos poucos, substituindo a equipe que comandou a cúpula da Casa na gestão passada e também faz questão de deixar sua marca a partir de uma nova relação com o Supremo Tribunal Federal, Corte com a qual o senador alagoano viveu em pé de guerra nos últimos anos.

Outro fato que chama a atenção no Senado é a debandada de assessores. Recentemente, Renan perdeu o assessor de comunicação que o acompanhou durante anos e também provavelmente deve perder, em breve, outra auxiliar que trabalhou ao seu lado nos últimos quatro anos.

O globo, n. 30522 , 01/03/2017. País, p. 5