Vaccarezza é solto 5 dias após prisão

DIMITRIUS DANTAS

TIAGO DANTAS

23/08/2017

 

 

Moro fixa fiança de R$ 1,5 milhão e pede exames que comprovem doença

O juiz Sergio Moro decidiu ontem soltar o ex-deputado Cândido Vaccarezza, que foi líder dos governos Lula e Dilma na Câmara e hoje é presidente estadual do Avante. Vaccarezza foi preso na sexta-feira pela Polícia Federal (PF) e é investigado por receber US$ 478 mil para, supostamente, influenciar a contratação de uma empresa americana de asfalto pela Petrobras.

Após deixar a carceragem da PF em Curitiba, Vaccarezza terá dez dias para pagar uma fiança de R$ 1,5 milhão. Além disso, em até 15 dias seus advogados devem apresentar à Justiça resultados de exames médicos. Segundo a defesa, Vaccarezza descobriu recentemente um câncer.

Os problemas de saúde pesaram na decisão de Moro. Ontem, venceu o prazo da prisão temporária de cinco dias. A PF e o Ministério Público Federal (MPF) pediram a prisão preventiva de Vaccarezza, sem prazo para acabar, mas não foram contemplados pelo juiz.

Para justificar a prisão por mais tempo, a PF apresentou evidências de outros crimes cometidos por Vaccarezza. O lobista Jorge Luz, também preso pela Lava-Jato, afirmou, em depoimento, que pagou cerca de R$ 400 mil em espécie para o ex-deputado. Segundo Luz, o dinheiro foi gerado a partir de depósitos de empresas-fantasmas em seu nome. A PF informou à Justiça a suspeita de que Vaccarezza possa ter recebido R$ 2,7 milhões que a JBS enviou ao doleiro Adir Assad.

Em nota, o advogado Marcellus Ferreira Pinto afirmou que a decisão de soltura não o surpreende: “Confiamos na inocência de Vaccarezza, que teve seu nome indevidamente incluído nos fatos investigados.” (*Estagiário, sob a supervisão de Flávio Freire)

O globo, n.30697 , 23/08/2017. PAÍS, p. 6