ANDRÉ SOUZA
CAROLINA BRÍGIDO
07/09/2017
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux defendeu ontem a prisão de dois delatores da JBS: Joesley Batista e Ricardo Saud. A declaração foi feita após a publicação do áudio com uma conversa de quatro horas entre os dois que menciona ministros do tribunal.
— Eu acho que Joesley e Ricardo Saud ludibriaram a Procuradoria, degradaram a imagem do Brasil no plano internacional, atentaram contra a dignidade da Justiça, mostraram a arrogância dos criminosos do colarinho branco. A primeira providência a ser tomada é prendê-los — afirmou Fux.
A gravação levou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a abrir uma investigação interna que poderá resultar na revisão da delação de três dos sete delatores da empresa. Isso porque eles não poderiam ter omitido informações no acordo firmado com a ProcuradoriaGeral da República (PGR).
Fux destacou que a prisão não pode ser tomada de ofício pelo STF, ou seja, por conta própria. Ele sugeriu que a PGR faça o pedido.
— Eu deixo ao alvedrio do Ministério Público a opção de fazer com que os participantes dessa cadeia criminosa passem do exílio em Nova York para o exílio na Papuda. Gostaria de sugerir isso aqui em meu nome pessoal e eventualmente no daqueles que concordam com minha indignação — disse Fux.
O relator da delação no STF é o ministro Edson Fachin, que homologou o acordo dos executivos da JBS com a PGR.
RESCISÃO DO ACORDO
Ao responder se eventual revisão da delação deveria ficar com o relator ou com o plenário, Fux respondeu:
— Relator homologou, relator rescinde.
Ao fim da sessão de ontem, a presidente da Corte, Cármen Lúcia, desejou um fim de semana sem novidades.
— Desejo a todos um ótimo fim de semana e, se Deus quiser, sem novidades maiores no país — disse a presidente do STF, encerrando a sessão.