Bernardo Gonzaga

Mariana Machado

ESPECIAL PARA O ESTADO / BRASÍLIA

Dois partidos aliados ao governo Michel Temer fecharam ontem questão para que suas bancadas votem unidas contra o prosseguimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente por corrupção passiva.

O primeiro foi o PMDB, partido de Temer, que se reuniu logo pela manhã. Participaram do encontro 24 integrantes da cúpula da legenda, como deputados, senadores e ministros. O vice-líder do governo na Câmara, deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS), anunciou a decisão. “O PMDB fecha questão para derrubar essa denúncia que faz mal ao País e à política brasileira”, disse o parlamentar. A sigla tem 63 deputados.

Segundo ele, a decisão foi unânime e os deputados que não acompanharem a deliberação sofrerão penalidades. Não serão expulsos, mas, por exemplo, se são membros de uma comissão ou presidentes em comissão ou do partido em um Estado, perderão suas posições.

“Está na hora, sim, de o PMDB exigir do seu deputado cumprimento do estatuto, das suas ideias e acompanhar o momento de transformação que o País vive liderado pelo presidente Michel”, disse Perondi.

O líder do governo no Senado e presidente em exercício do PMDB, Romero Jucá (RR), afirmou que aqueles que não acompanharem o partido poderão responder no Conselho de Ética e ser afastados de suas funções partidárias por até 90 dias. “E se não quiserem acompanhar o partido podem se sentir à vontade para sair”, disse Jucá.

Base. Depois do PMDB, foi a vez de o PSD se reunir. Após a reunião, o líder da bancada na Câmara, Marcos Montes (MG), comunicou o fechamento de questão. “A bancada considerou a denúncia fraca e sem consistência jurídica”, afirmou.

O PSD tem 37 deputados em exercício. Segundo o líder, participaram 30 dos 37 deputados e 26 votaram pela rejeição da denúncia. O partido comunicou a decisão ao presidente ontem à tarde em reunião no Palácio do Planalto. Ao contrário do PMDB, no caso do PSD a decisão é orientação de voto da bancada, não da Executiva. Então não há previsão de punição. Na noite de anteontem, o PP, com 47 deputados, foi o primeiro a fechar questão. O Palácio do Planalto ainda espera que outros partidos da base sigam esse entendimento, em especial PRB e PR.

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