O globo, n. 30832, 05/01/2018. PAÍS, p.05

Barros diz que sairá da Saúde para eleições

EDUARDO BARRETTO

CRISTIANE JUNGBLUT

 

 

 

Osmar Terra e Mendonça Filho também devem deixar suas pastas

O ministro da Saúde, Ricardo Barros ( PP), confirmou ontem que será candidato, mas não definiu data para saída do governo. Em balanço da pasta, Barros disse que tentará reeleição para deputado federal. Ministros que quiserem se candidatar têm até 7 de abril para deixar os cargos.

Na última semana, dois ministros pediram demissão alegando intenção de buscar votos : Ronaldo Nogueira ( PTB- RS), do Trabalho, e Marcos Pereira ( PRB- SP), da Indústria e Comércio.

— Eu saio para disputar a eleição. Fico no ministério até a data que o presidente me solicitar, desde que seja até 7 de abril, porque eu preciso me descompatibilizar. Se o presidente pedir, meu cargo está sempre à disposição — disse Barros.

Além do ministro da Saúde, também devem deixar os cargos até abril Osmar Terra ( Desenvolvimento Social e Mendonça Filho ( Educação). A expectativa é que cerca de 12 ministros saiam para participarem da disputa eleitoral.

Em conversas com O GLOBO, os ministros Osmar Terra e Mendonça Filho disseram que serão candidatos e que pretendem sair em março, mas lembraram que o cargo é do presidente e que é ele quem decide a data. Em dezembro, Temer ensaiou antecipar o processo de fazer já a reforma ministerial, mas os partidos recuaram das pressões, e os ministroscandidatos disseram que queriam ficar um pouco mais.

Para o lugar de Ronaldo Nogueira, Temer escolheu a deputada Cristiane Brasil com o compromisso de que ela permaneça até o término do governo. Mas a deputada sempre teve vontade de disputar mais um mandato e terá que se conformar com o acordo.

 

ATÉ ACABAR O GOVERNO

Alguns ministros políticos disseram a Temer que ficarão com ele até dezembro. É o caso do titular da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que disse ao GLOBO não pretender se candidatar e ficar até o final, caso seja o desejo de Temer.

Marun disse ontem que essas trocas fazem parte de “um processo natural”:

— Os partidos serão ouvidos em todas as substituições — acrescenta Marun.