Valor econômico, v. 17, n. 4376, 07/11/2017. Política, p. A9.

 

 

Alckmin nega intenção de presidir sigla

Cristiane Agostine

07/11/2017

 

 

Cotado por tucanos para presidir o PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que não tem pretensão de comandar a legenda e nem é candidato a esse cargo partidário. Alckmin passou a ser cogitado em meio à disputa entre o governador de Goiás, Marconi Perillo, e o senador e presidente em exercício da sigla, Tasso Jereissati (CE) para a presidência do partido.

"Não tenho nenhuma pretensão de presidir o partido e todo o nosso esforço é de unir o partido", afirmou o governador paulista a jornalistas, na sede do governo de São Paulo. "Não sou candidato a presidente do partido e vou ajudar a ter uma boa direção e uma boa executiva. Por que os dois não participam da direção do partido?", questionou Alckmin, em referência a Marconi e Tasso.

Ao falar sobre as divergências entre os apoiadores de Tasso e Marconi, Alckmin disse que "é natural que os partidos grandes tenham boas lideranças" e que "possam ter posições divergentes". O governador procurou minimizar as brigas e disse que essa divergência "faz parte".

No início de dezembro o PSDB nacional escolherá sua nova direção. Aliados de Alckmin defendem que o governador seja conduzido ao comando partidário para alavancar sua pré-candidatura à Presidência em 2018.

A exemplo da campanha de 2014, quando o senador Aécio Neves (MG) era presidente do partido e foi o candidato tucano à Presidência, Alckmin poderia viajar o país e ter mais destaque na mídia antes de deixar o Palácio dos Bandeirantes para dedicar-se à disputa presidencial.

Aliados do governador, no entanto, ponderam que Alckmin só aceitaria presidir o partido se sua candidatura fosse "ungida" e defendida como a única forma de apaziguar as divergências entre Marconi e Tasso. O governador paulista, no entanto, tem evitado falar publicamente no assunto.

Ontem, Alckmin evitou também apoiar a defesa feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para que o PSDB deixe o governo Michel Temer em dezembro. O governador afirmou que essa decisão depende de Temer e dos tucanos que participam da gestão pemedebista. Segundo Alckmin, o partido deve ficar até o final das reformas.

Ao lado de Alckmin, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), não quis falar sobre a permanência do partido no governo Temer.