Correio braziliense, n. 20047, 10/04/2018. Cidades, p. 19
Pré-candidatos no rumo da definição
Ana Viriato
10/04/2018
ELEIÇÕES 2018 » Até o momento, 12 nomes aparecem como possíveis candidatos para o Palácio do Buriti. Esse número, porém, deve diminuir por conta das alianças que poderão ser firmadas até as convenções partidárias, a partir do início de julho
A seis meses das eleições, 12 políticos colocam-se na disputa pelo Palácio do Buriti. Mas, com o encerramento da janela partidária e, consequentemente, o afunilamento das negociações, a tendência é de que o número diminua. Presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT) trabalha para retirar o nome da corrida pelo Executivo local e concorrer ao Senado na chapa encabeçada pelo ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR) — a situação será discutida com o presidente nacional pedetista, Carlos Lupi, amanhã. O grupo de centro-direita formado por PSDB, PTB, PPS, PRB, PSD e siglas nanicas inicia, hoje, a discussão dos critérios para a escolha da aposta ao GDF. As opções são o deputado federal Izalci Lucas, o ex-distrital Alírio Neto e o empresário Wanderley Tavares (veja Na disputa por votos).
Com o nome lançado ao Buriti no mês passado pelo presidenciável Ciro Gomes (PDT), Joe passou a comentar abertamente sobre a vontade de concorrer a senador. O distrital, entretanto, enfrenta a resistência de parte dos correligionários, que preferem uma candidatura própria ao GDF, além de não concordarem com aliança com o PR, do ex-governador José Roberto Arruda. “Sempre disse que, em política, há fila. Hoje, por diversos outros motivos, prefiro o Senado. Essa parceria com Frejat depende da garantia de um palanque ao Ciro”, destacou o presidente da Câmara Legislativa.
Entraves podem partir também do grupo político de Frejat. Apesar dos constantes encontros com o ex-secretário de Saúde, Joe ainda não conversou sobre o tema com o deputado federal Alberto Fraga (DEM) e o empresário Paulo Octávio (PP), que integram a chapa e pretendem concorrer ao Senado.
No campo dos apoiadores de Alírio, Izalci e Wanderley, além do presidente regional do PSD, Rogério Rosso, e do senador Cristovam Buarque (PPS), a decisão sobre o cabeça de chapa deve sair nos próximos 30 dias. Unidos, ainda, aos nanicos PSDC, DC, PSC e Patriota, eles detém 30% do tempo de televisão. “Com o fim da janela partidária, vimos quem terá boas oportunidades nas nominatas de distrital e federal. Afinal, ninguém é candidato de si mesmo. Agora, montaremos os critérios para a escolha do candidato a governador”, explicou Alírio.
A reunião está marcada para as 10h na sede do PTB. O PDT, que esteve presente nas últimas negociações, mas não aderiu à coalizão, não foi convidado desta vez. “Eu era um grande entusiasta da candidatura de Joe, que, lamentavelmente, foi retirada. O grupo está aberto para recebê-lo à frente, mas não como pré-candidato ao Buriti. Afinal, ficamos sem saber se ele pode recuar novamente”, pontuou Cristovam.
Na centro-esquerda, a Rede, do distrital Chico Leite, estuda lançá-lo ao GDF ou encaixá-lo como postulante ao Senado na chapa de Rollemberg. A aliança entre as siglas foi discutida ontem, em reunião com o chefe do Palácio do Buriti. As siglas estão rompidas desde outubro.
Esquerda
Enquanto outros partidos ajustam espaços, o PSol decidiu disputar as eleições numa chapa puro sangue. A formação seria encabeçada pela diretora da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB), Fátima de Sousa; pela assistente social e conselheira tutelar Clementina Bagno (PSol) como número dois; além de pelo auditor Marivaldo Pereira e do ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Chico Sant’Anna no Senado. A sigla, contudo, articula o apoio do PCB.
Apesar do pouco tempo de tevê por causa da configuração, o presidente regional do PSol, Fábio Félix, afirmou que isso não será um empecilho. “A nossa campanha será na internet e na rua. A chapa tem condições de apresentar alternativas amplas, sem precisar fazer grandes coligações”, defendeu.
Na contramão da definição do PSol, o PT enfrenta dificuldades para encontrar um cabeça de chapa. O fato de não poder garantir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no palanque dificulta a situação. Até então, apenas o bancário aposentado Afonso Magalhães se colocou à disposição para a disputa. O alto escalão do partido discutiu a condição em reunião na noite de ontem, mas não avançou quanto à definição da chapa majoritária.
Família Roriz
Com dificuldades para alavancar a pré-candidatura ao GDF, a ex-distrital Eliana Pedrosa conseguiu reverter o quadro ao se filiar ao Pros, na última semana. Ela recebeu, da Executiva Nacional, a garantia de apoio ao projeto. A chapa deve ser integrada, ainda, por representantes da família Roriz, como a distrital Liliane e a mulher do ex-governador, Weslian Roriz (PMN). Recém-filiada, Eliana afirmou que, neste mês, se dedicará à elaboração do programa de governo. “As pessoas querem saber a que viemos. Com o vácuo de grandes lideranças, será uma campanha difícil, pautada em ideias. No meio tempo, discutiremos alianças para dar musculatura ao grupo”, explicou.
Na disputa por votos
Até julho, quando começam as convenções partidárias, parte dos pré-candidatos ao Buriti deve desistir do projeto. Confira a condição de cada um:
Wanderley Tavares (PRB)