Fabio Serapião
Amanda Pupo
O delegado da Polícia Federal Cleyber Lopes pediu ontem ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, a prorrogação por mais 60 dias do inquérito que apura o Decreto dos Portos e tem como alvo o presidente Michel Temer.
A investigação apura se Temer beneficiou a empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos, na edição do decreto, assinado em maio de 2017. Além do presidente, são inverstigados o ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures, o presidente da Rodrimar, Antônio Grecco, e o diretor da empresa Ricardo Mesquita. Todos negam irregularidades. O inquérito foi solicitado pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em junho de 2017 e teve abertura autorizada por Barroso em setembro.
Declaração do diretor-geral da PF, Fernando Segovia, de que a tendência seria recomendar o arquivamento do inquérito resultou em pedido de explicações de Barroso, relator do caso no STF. Em entrevista, Segovia disse que não foram encontradas provas de irregularidades envolvendo Temer e poderia abrir investigação para apurar a conduta de Cleyber Lopes.
Anteontem, Segovia foi ao gabinete de Barroso prestar esclarecimentos. Segundo o ministro, o diretor da PF disse que foi mal interpretado e não “pretendeu interferir no andamento do inquérito” nem “teve a intenção de ameaçar o delegado”.