O Estado de São Paulo, n. 31091, 21/09/2018. País, p. 6

 

Alckmin intensifica ataques a Bolsonaro e ao PT

Silvia Amorim

21/09/2018

 

 

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, intensificou ontem, em seu programa no horário eleitoral, as críticas aos dois primeiros colocados nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Na TV, comparou o Brasil à Venezuela e lembrou a admiração do ex-presidente Lula e de Bolsonaro por Hugo Chávez. O tucano ainda aproveitou para atacar a proposta da campanha de Bolsonaro de criar um novo imposto sobre movimentações financeiras.

Durante caminhada no centro de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, Alckmin afirmou que o deputado quer aumentar impostos e insinuou que a medida seria apenas a primeira de um pacote. Na TV, um narrador disse que Bolsonaro já admitiu que “não entende nada de economia” e que vai deixar a área nas mãos de “um banqueiro milionário”, citando Paulo Guedes, responsável pela plataforma econômica de sua campanha. Ainda na peça, o narrador diz que Bolsonaro irá cobrar “menos imposto para os ricos e mais imposto para os pobres”.

“O primeiro tiro”

A divulgação da proposta de Guedes de criar um imposto nos moldes da antiga CPMF, revelada pela “Folha de S.Paulo” da última quarta-feira, tumultuou a campanha de Bolsonaro. Além de ir a público dizer que é contra a criação de novos impostos, o candidato reclamou com Guedes por telefone. Ao GLOBO, o economista disse que esse tributo iria unificar outros impostos.

—O candidato da bala deu o primeiro tiro: no contribuinte, no pobre, na classe média, na economia. O que ele quer é aumentar imposto. Nós vamos fazer o contrário —disse Alckmin.

O tucano está estagnado com um dígito nas pesquisas. A estratégia, agora, é tentar usar a confusão na candidatura do PSL para tentar chegar ao segundo turno.