O Estado de São Paulo, n. 45614, 06/09/2018. Política, p. A6

 

Candidato do PSL seria derrotado no 2º turno

06/09/2018

 

 

 Recorte capturado

 

 

Eleições 2018 Pesquisa / Com alta rejeição, Bolsonaro perderia para Ciro, Marina e Alckmin e empataria com PT

Líder isolado nas simulações de primeiro turno, Jair Bolsonaro não tem a mesma força na etapa final da disputa e perderia hoje a eleição para seus principais concorrentes. De acordo com pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, num eventual segundo turno o candidato do PSL seria derrotado por Ciro Gomes (PDT) – 44% a 33% –, Marina Silva (Rede) – 43% a 33% – e Geraldo Alckmin (PSDB) – 41% a 32%. Se o seu adversário fosse o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), haveria empate técnico – Bolsonaro ficaria com 37%, ante 36% do petista.

Esse resultado é decorrência da taxa de rejeição de Bolsonaro. Entre os eleitores consultados, 44% responderam que não votariam de jeito nenhum no ex-capitão do Exército – esse índice chega a 49% quando se considera apenas as mulheres. É o pior resultado entre os principais presidenciáveis. A seguir, vêm Marina (26%), Haddad (23%), Alckmin (22%) e Ciro (20%).

Ainda pelas simulações de segundo turno, o Nordeste aparece com a maior oposição a Bolsonaro. Na região, ele perderia por larga margem para os candidatos do PDT (55% a 21%), da Rede (51% a 24%), do PSDB (46% a 22%) e do PT (43% a 27%). Curiosamente, Alckmin venceria o candidato do PSL mais facilmente no Nordeste do que em sua região, o Sudeste (onde o placar seria 39% a 35% para o tucano).

O Ibope ouviu 2.002 eleitores, em 142 municípios, entre 1.º e 3 de setembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%. Isso significa que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro. O registro na Justiça Eleitoral foi feito sob o protocolo BR-05003/2018.

 

‘Retrato’. Em declaração ao site BR18, Ciro adotou postura de cautela. “A pesquisa é o retrato do momento. Mas a vida não é um retrato, é um filme.” Em Anápolis (GO), onde fez ontem à noite campanha, Alckmin disse que a “definição do voto está amadurecendo”. “O que vai valer mesmo é a última semana (da campanha)”, disse o tucano.

Em nota, Marina também afirmou que a pesquisa “é um retrato do momento” e que ela tem sentido “um carinho e uma acolhida enormes da população” em suas viagens de campanha. Já assessores do PT avaliaram que a pesquisa ainda não captou todos os efeitos do horário eleitoral.

PESQUISA

● Ibope mediu taxa de rejeição dos candidatos à Presidência e simulou cenários de segundo turno

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Plenário do Supremo deve discutir registro de candidatura de Lula

Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo

06/09/2018

 

 

Defesa de petista entra com recursos para tentar reverter derrota no TSE; Fachin pode levar caso para decisão colegiada

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado na Lava Jato, protocolou petições no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos últimos dois dias para tentar garantir a candidatura do petista ao Planalto. O objetivo é reverter a derrota no plenário do TSE, que negou no sábado o registro da candidatura do petista com base na Lei da Ficha Limpa. Lula foi condenado em segunda instância, o que o torna inelegível.

Os pedidos protocolados pela defesa de Lula – tanto o que está com o ministro Edson Fachin, relator Lava Jato no Supremo, quanto o que ficou com o decano Celso de Mello – buscam assegurar a Lula a possibilidade de disputar novamente a Presidência, mas com diferentes fundamentações.

A solicitação que está com Fachin é para afastar os efeitos da condenação no caso do triplex do Guarujá, em que Lula recebeu uma pena de 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Com a condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), ele ficou enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Segundo o Estado apurou, a tendência de Fachin é levar o pedido de Lula ao plenário da Corte, mas o ministro não havia decidido

Recomendação Em circular distribuída ontem, a coordenação de campanha do PT orientou candidatos a não mencionar Lula como candidato e pedir de voto para a coligação.

sobre o caso até a conclusão desta edição. “A petição tem 84 páginas, estou examinando”, disse Fachin no intervalo da sessão plenária do STF. O ministro costuma se curvar a decisões colegiadas e submeter questões delicadas ao plenário.

A petição que está com Celso de Mello contesta a decisão do plenário do TSE, que, por 6 a 1, negou o registro de Lula – apenas Fachin votou a favor da candidatura do petista. Fachin entendeu que a Justiça brasileira deveria atender ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, que defendeu a candidatura do ex-presidente.

 

Extraordinário. No TSE, caberá à ministra Rosa Weber analisar a admissibilidade de um recurso extraordinário e encaminhá-lo ao Supremo. A defesa recorre do resultado do julgamento na Corte Eleitoral.

 

Recomendação

Em circular distribuída ontem, a coordenação de campanha do PT orientou candidatos a não mencionar Lula como candidato e pedir de voto para a coligação.