Título: Pessimismo contamina PIB
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 20/11/2012, Economia, p. 12

Diante da onda de incerteza criada pelo governo no setor de energia elétrica e da fraca trajetória da indústria, que travam os investimentos, os analistas do mercado financeiro reduziram as projeções de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. Segundo a pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central, a estimativa caiu de 4% para 3,96%, apesar de todos os argumentos apresentados pelo secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, de que a retomada da atividade já está se consolidando. Para 2012, a previsão recuou de 1,54% para 1,52%.

Na avaliação do economista-chefe da Planner Corretora, Eduardo Velho, não bastassem os problemas domésticos, há uma desconfiança geral em relação ao quadro internacional, sobretudo diante das grandes dificuldades da Europa em sair do atoleiro em que se encontra. Para ele, 2013 começará devagar. Por isso, a sua estimativa de avanço para o PIB do próximo ano não passa de 3,25%.

Diante desse desânimo geral, o governo orquestrou um movimento para tentar revertê-lo. Além das declarações de Barbosa, de que o PIB o terceiro trimestre cresceu 1%, o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Luiz Awazu Pereira, afirmou, em Mumbai, na Índia, que a economia brasileira crescerá mais de 4% neste quarto trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado.

O fraco ritmo da atividade não derrubará a inflação para o centro da meta definida pelo governo de 4,5. Pela pesquisa Focus, a expectativa em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,46% para 5,45% neste ano e de 5,40% para 5,39%, em 2013. Isso, com a taxa básica de juros básica (Selic) se mantendo no patamar mínimo histórico, de 7,25% ao ano.