O globo, n. 31970, 16/02/2021. País, p. 6

 

Bol­so­na­ro quer au­men­to de tri­bu­ta­ção pa­ra re­des so­ci­ais

Filipe Vidon

16/02/2021

 

 
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao Facebook, afirmou que acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) e que vai trabalhar com o parlamento para aumentar os impostos para que empresas do tipo operem no Brasil. Bolsonaro afirmou que a rede social está impedindo seus seguidores de anexar imagens nos comentários de suas publicações para prevenir a disseminação de fake news e declarou que não tira jornais de circulação porque é um "democrata".

"Com todo respeito, eu sou um qualquer do povo: proibir anexar imagens a título de proteger-fakenews. O certo é tirar de circulação —não vou fazer isso, porque sou um democrata—tirar de circulação O Folha de S. Paulo ',' Estadão ', Antagonista... São fábricas de fake news", declarou o presidente enquanto caminhava por uma praia de Santa Catarina, onde passa o carnaval.

Bolsonaro também classificou o suposto bloqueio da rede social como "inacreditável" e reclamou que os atos de "censura" contra ele não são reverberados pela mídia.

"Agora, deixa o povo se libertar, porque tem liberdade. Logicamente que se alguém extrapolar alguma coisa, tem a Justiça para recorrer. Agora, o Facebook bloquear a mim e a população é inacreditável. E não há uma reação da própria mídia; ela se cala. Falam tanto da liberdade de expressão para eles, em grande parte, mentir com matérias. Agora, para a população é uma censura que não se admite".

O ataque direcionado para as grandes empresas de tecnologia que controlam as principais plataformas sociais não é uma novidade entre aliados de Jair Bolsonaro. O núcleo duro da "ala ideológica" é protagonista de uma ofensiva por meio de projetos de lei para impedir a remoção de conteúdos das redes, proibir pedidos de explicações e investigações sobre bloqueios de contas.

Apesar de acusar a imprensa de publicar notícias falsas, postagens do próprio presidente, de aliados, e até a conta oficial do Ministério da Saúde, já receberam avisos doTwitter e do Facebook de que continham conteúdo que pode desinformar os usuários.