Correio Braziliense, n. 20610, 27/10/2019. Política, p. 2
Japão e China: saldo positivo
Os cinco primeiros dias da viagem do presidente Jair Bolsonaro ao continente asiático foram divididos entre compromissos no Japão e na China. No primeiro país, Bolsonaro não firmou nenhum acordo, mas saiu satisfeito pelo fato de os japoneses terem demonstrado interesse em firmar um acordo comercial com o Mercosul, o que deve avançar em novembro, quando o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, vier ao Brasil.
Os grandes atos, contudo, foram firmados na China, principal parceiro comercial do Brasil. Foram oito acordos bilaterais assinados com o presidente chinês, Xi Jinping, nas áreas de política, economia e comércio, agricultura, energia, ciência e tecnologia e educação. Entretanto, apenas dois deles efetivamente aquecerão de imediato as exportações: o protocolo sanitário brasileiro de carne bovina termoprocessada e o de farelo de algodão, usado para ração animal.
O presidente antecipou que o governo chinês se interessa no etanol brasileiro por buscar cumprir metas de menor poluição e emissão de CO2. “Acredito que, brevemente, exportaremos etanol para a China”, avaliou.
Ambos os mandatários concordaram em buscar novas complementaridades e oportunidades econômicas. “Nunca seremos 100% afinados (com a China), mas na questão econômica, acredito que estamos bem próximos disso”, ressaltou Bolsonaro.
O chefe do Executivo anunciou a isenção de visto para turistas e empresários chineses ingressarem no país. A medida, segundo Bolsonaro, pode aumentar o percentual ocupado pelo setor de turismo no Produto Interno Bruno (PIB). “Estive com o presidente de Cabo Verde. Sei que é um país bastante diferente na economia, mas lá, 25% do PIB vem do turismo. Eu acho que o nosso Brasil, pode chegar, uma média próxima a essa”, disse.