Correio Braziliense n. 20607, 24/10/2019. Política, p. 4

Em defesa do servidor

Vera Batista


No relançamento da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, ontem, na Câmara dos Deputados, a tônica foi a necessidade de união do funcionalismo, atualmente divididos entre servidores das carreiras de Estado e do carreirão — pessoal da base da pirâmide do serviço público que representa 80% dos mais de 600 mil trabalhadores federais ativos. O evento teve como foco uma nova fase de convencimento da sociedade de que é preciso um debate sincero sobre o papel dos profissionais concursados e a importância do atendimento a quem depende das instituições públicas.

A deputada Alice Portugal (PCdoB/BA), uma das coordenadoras da frente, ao lado do deputado Danilo Cabral (PSB/PE), do senador Paulo Paim (PT/RS) e da senadora Zenaide Maia (PROS/RN), disse que a iniciativa de ativar o movimento, inicialmente criado em 2007, pelo então deputado Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), “é um ato de rebeldia contra todos os ataques que o serviço público vem sofrendo”. Ela criticou o processo de terceirização, as mudanças radicais na organização sindical e a perspectiva de retirada de direitos com a reforma administrativa que vem sendo anunciada pela equipe econômica.

“Temos que erguer a voz para que o país tenha um serviço público de qualidade”, disse Alice Portugal. No fim do evento, foi lançado um manifesto em defesa do funcionalismo das três esferas (estadual, municipal e federal) e dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), com o objetivo é incentivar a modernização e a atualização do serviço público, mas combater “o falso discurso do governo federal” que tenta “sucatear para justificar a privatização”.