Título: Mutirão para melhorar Saúde
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Fonte: Jornal do Brasil, 09/06/2005, Brasília, p. D5

Roriz instala Conselho que integrará Secretarias e facilitará o fluxo de recursos para a área.

O governador Joaquim Roriz decidiu estender a responsabilidade sobre a administração da saúde no Distrito Federal para outras pastas da máquina administrativa. Ontem, durante cerimônia no Palácio do Buriti, os secretários de Fazenda, Valdivino Oliveira, de Gestão Administrativa, Cecília Landim, e de Planejamento, Ricardo Penna, tomaram posse no recém-criado Conselho de Apoio à Gestão na Área de Saúde. Diferentemente dos conselhos gestores de Saúde e de Educação que seriam criados em março deste ano - em meio a uma forte crise que culminou com o afastamento dos dois titulares - o novo grupo criado por Roriz tem poder apenas consultivo. Além dos três secretários, são integrantes da comissão o secretário-adjunto de Saúde, Mário Sérgio Nunes, e os presidentes da Associação Médica de Brasília, José Luiz Mestrinho, do Sindicato dos Médicos de Brasília, César Galvão, da Associação Brasileira de Enfermagem do DF, Zeliane Dias Aguiar. Os sete integrantes serão presididos pelo secretário de Saúde, José Geraldo Maciel, que marcará um encontro do grupo por mês.

- O Conselho é a sinalização de que a saúde não é um problema apenas do secretário, mas de todo o governo - justificou Roriz, apresentando números volumosos sobre um das áreas mais espinhosas de seu governo. São 21 mil servidores ativos, mais de seis milhões de atendimentos por ano realizados na rede pública. O orçamento 2005 para a Saúde ultrapassou os R$ 2 bilhões. Só a folha de pagamentos - R$ 1,2 bi - leva 60% deste valor.

Maciel ressalta a necessidade de ter ''várias cabeças'' pensando soluções para problemas na Saúde.

- Preciso que o secretário de Fazenda, homem que tem a chave do cofre na mão, se sente comigo e viva meu drama no dia a dia. É importante também a presença da Secretaria de Gestão Administrativa, que tem sob sua responsabilidade a contratação de pessoal, e a do planejamento, que trata do orçamento - disse Maciel.

Plano de Ação - O secretário de Saúde apresentou ontem um balanço parcial sobre o plano de ação lançado há um mês. Segundo ele, mais de R$ 50 milhões foram aplicados na compra de remédios e insumos. Compras e aquisições programadas para os próximos meses somarão R$ 150 milhões. O GDF espera ainda assinar até o dia 30 um contrato com a Empresa de Correio e Telégrafos para implantação do programa Remédio em Casa.

Ele acredita que em até três meses não haverá falta de remédio nem de profissionais. Nos últimos 30 dias foram contratados 400 auxiliares de enfermagem, 10 fisioterapeutas e 10 nutricionistas. Até o dia 20 deste mês serão publicados editais para contratação de 825 médicos e outros profissionais da saúde.

Um dos principais programas do plano, o de desospitalização da rede, será instalado primeiramente nos cinco postos de Samambaia e Recanto das Emas. O projeto consiste na contratação de ginecologistas, pediatras e clínicos gerais. Levantamento da secretaria mostrou que 80% dos atendimentos feitos nos pronto-socorros, inchando o atendimento, poderiam ser sanados nos postos de saúde. Segundo Maciel, cerca de 25% dos pacientes são do entorno.