Valor Econômico, v. 20, n. 4884, 21/11/2019. Empresas, p. B1

Claro vai investir R$ 30 bi no país

Matheus Schuch
Alexandre Melo 


Em audiência com o presidente Jair Bolsonaro, ontem, o empresário Carlos Slim Domit, herdeiro do bilionário mexicano Carlos Slim Helú, controlador da América Móvil, anunciou que investirá R$ 30 bilhões no Brasil entre 2020 e 2022. O valor será destinado essencialmente à infraestrutura de serviços oferecidos pela controladas Claro, Net e Embratel.

“É um compromisso de investimento, particularmente para ampliar as capacidades que temos de infraestrutura para o desenvolvimento de novos serviços, tanto os serviços tradicionais de telecomunicações quanto o que virá de novo em ‘data center’, o desenvolvimento de nuvens, continuar crescendo com os diferentes serviços que temos”, afirmou Slim Domit.

Os investimentos miram a melhoria na prestação de serviços de banda larga em 4G e 4,5G. Além disso, o grupo prevê novos aportes a partir da aprovação da compra da Nextel, que está sendo avaliada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O negócio soma R$ 3,5 bilhões.

José Félix, presidente da Claro Brasil, que participou da audiência com Bolsonaro, disse ao Valor que os aportes serão também para expandir a infraestrutura e ampliar a oferta de banda larga fixa.

Neste ano, os investimentos da Claro no país deverão ficar um pouco acima de R$ 8 bilhões. “A América Móvil reafirmou o compromisso com o

Brasil nesta reunião. Há alguns meses, estamos percebendo uma reação da economia e isso acontece desde a posse do novo governo”, disse Félix.

“Levaremos a mais cidades a frequência de 700 MHz [megahertz] para o 4G, além de ampliar a tecnologia 4,5G”, disse Félix.

Slim Domit afirmou ainda que pretende ampliar os investimentos no país assim que estiver disponível a rede 5G. O leilão para a nova tecnologia está previsto para o segundo semestre de 2020.

Félix reafirmou a opinião de Slim de que as regras para o certame devem ser claras e isonômicas para todos os participantes, sejam eles regionais ou nacionais.

A Telefônica Brasil, dona da Vivo anunciou em março de 2018 que seus investimentos em bens de capital até 2020 serão de R$ 26,5 bilhões, também sem considerar o desembolso necessário para participar do leilão do 5G. Em 2018, o valor atingiu R$ 8,2 bilhões. Para 2019 e 2020, serão cerca de R$ 9 bilhões por ano.

A TIM Brasil, controlada pela Telecom Italia, anunciou em fevereiro deste ano que planeja desembolsar cerca de R$ 12,5 bilhões de 2019 a 2021. Os recursos serão para ampliação e modernização da infraestrutura de rede e tecnologia da informação, especialmente em 4G, 4,5G e fibra óptica até a casa do cliente. No plano de 2018 a 2020, o valor era de R$ 12 bilhões.