Correio Braziliense, n. 21725, 09/09/2022. Política, p. 5

Lula compara atos a reunião da Ku Klux Klan



O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, ontem, em comício em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (RJ), que os atos bolsonaristas do 7 de Setembro pareciam “uma reunião da Ku Klux Klan” — grupo supremacista branco que existe, sobretudo, nos estados do Sul dos Estados Unidos.

“(Bolsonaro) roubou o direito do povo brasileiro de comemorar o Dia da Independência. Fez de uma festa do pais uma festa pessoal. O ato do Bolsonaro parecia uma reunião da Ku Klux Klan. Só faltou o capuz. Não tinha negro, pardo, pobre, trabalhador”, afirmou Lula.

O petista engrossou as críticas contra o atual presidente e as medidas tomadas durante seus quatro anos de mandato. Lula voltou a prometer a manutenção do auxílio de R$ 600, a partir de janeiro de 2023, e disse que pretende aumentar o salário mínimo todos os anos, de acordo com o crescimento da economia.

“A partir de janeiro, o salário mínimo vai aumentar todo ano de acordo com o crescimento da nossa economia. Aumentar o salário mínimo é aumentar o direito das pessoas comerem”, garantiu.

Ao lado de lideranças femininas do PT, como a ex-presidente Dilma Rousseff, a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffman, e a deputada Benedita da Silva, que coordena um grupo voltado aos evangélicos do partido, Lula e seus aliados defenderam o voto no PT ainda no primeiro turno.

 

Ação judicial

Quatro filhos de Lula acionaram o Juizado Especial Criminal de São Paulo para que o presidenciável Ciro Gomes (PDT) esclareça uma frase dita durante entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan, no última dia 6. O advogado Fábio Tofic Simantob, representante dos herdeiros do petista, pede que o candidato esclareça a qual dos filhos ele se refere e sobre qual situação falou.

Segundo o advogado, a afirmação de Ciro é “leviana”, pois que “nenhum filho de Lula responde ou respondeu a qualquer ação penal por corrupção ou crimes assemelhados”. “Pelo contrário, um deles (Fábio Luís), investigado durante anos, teve o inquérito contra ele arquivado por ausência de elementos que demonstrem a prática de qualquer malfeito”, salienta.

Simantob afirma que, caso não se desculpe pela declaração e siga fazendo ataques semelhantes, Ciro poderá responder por crime contra a honra, de injúria ou calúnia. Na petição, advogado diz que a interpelação é “uma prova de fogo para ver até onde vai a coragem ou a irresponsabilidade” do pedestista.