Título: BNDES pode bancar Expresso Pequi
Autor: Luciana Navarro
Fonte: Jornal do Brasil, 03/02/2006, Brasília, p. D3

Governador Marconi Perillo pede apoio do banco para a construção da ligação férrea entre DF e Goiânia A tentativa de apressar a construção da ferrovia para o Expresso Pequi, que ligará Brasília a Goiânia, chegou ao Rio de Janeiro. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o secretário de Planejamento do Distrito Federal, Ricardo Penna, e o secretário de Projetos Especiais, Rubens Martins, se reuniram, ontem, com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega. Eles pediram apoio financeiro da instituição para a execução do projeto do trem. O banco divulgou nota dizendo que está disposto a analisar a proposta de construção da ferrovia para a locomotiva de média velocidade, isto é, até 160 km/h. O trem bala, proposto pelo governador Joaquim Roriz (PMDB), que poderia chegar a 300 km/h não foi autorizado pelo Ministério dos Transportes.

Para liberar a construção, o governo federal fez uma série de exigências além da redução da velocidade máxima. O trem deverá ser movido a gás natural, diesel ou biodiesel, no projeto inicial a locomotiva dependeria da eletricidade.

Segundo Martins, o GDF abrirá licitação ainda este mês para contratar empresa de consultoria capaz de adaptar a proposta do trem bala às exigências do ministério.

- Em 60 dias o projeto estará pronto. Voltaremos ao BNDES o mais rápido possível - garantiu o secretário.

Martins assegurou que já existe um crédito de cerca de R$ 2,5 bilhões reservado para a execução do projeto do Expresso Pequi no BNDES.

- O Guido Mantega disse que o dinheiro está a disposição e que poderá ser liberado pelas Parcerias Público Privadas (PPPs). Isso é prioridade para o banco. O BNDES quer fazer do trem ligando Brasília a Goiânia uma vitrine para o País inteiro - disse Martins.

O banco não confirma as declarações do secretário. Nota divulgada pela instituição afirma que Guido Mantega aguardará a proposta de implantação do trem. O presidente do BNDES destacou que apoio ao transporte ferroviário é uma das prioridades da instituição.

A possibilidade de ter o dinheiro liberado deixou Martins otimista. O secretário pretende agilizar o novo projeto e, em dois meses, dar entrada no pedido de verbas no BNDES. Feita a proposta, será preciso esperar uma análise do banco.

De acordo com as estimativas de Martins, o trem de média velocidade sairá pela metade do preço previsto para o trem bala, que era de R$ 4,5 milhões. Além disso, ele destaca a possibilidade de redução do preço das passagens na locomotiva mais lenta.

- O trem vai possibilitar o desenvolvimento da região entre Brasília e Goiânia e reduzir a pressão sobre o DF - comemorou o secretário.