Título: Conselho examina novo SCS
Autor: Melissa Medeiros
Fonte: Jornal do Brasil, 16/02/2005, Brasília, p. D5

Secretaria apresenta projeto urbanístico para revitalização da área

No ano passado foi dada a largada para a revitalização do Setor Comercial Sul (SCS) e há promessa que novas obras serão executadas. Amanhã, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) apresenta o projeto urbanístico de revitalização para ser avaliado pelo Conselho Gestor da Área de Preservação de Brasília (Conpresb). Após a aprovação do órgão, o GDF licitará as obras. Conserto de calçadas e remoção dos ambulantes são as próximas ações previstas pela administração de Brasília.

- Já renovamos toda a iluminação. Agora, vamos consertar e construir calçadas e, em seguida, levaremos os ambulantes para o Shopping Popular, que já teve sua construção autorizada. Até 2006, deixaremos o setor um lugar bem visto pelos brasilienses - afirma o administrador de Brasília, Clayton Aguiar.

Com 40 anos de idade e o fluxo diário de 60 mil pessoas, o SCS enfrenta muitos problemas. A principal queixa é a falta de estacionamentos. Trabalhadores do local acreditam que a revitalização deve priorizar as mudanças nas ruas.

- Não podem pensar em reformar prédios e fazer obras grandes, se não oferecerem mais vagas para os carros e boas calçadas. As pessoas têm repulsa ao Setor Comercial Sul. Não querem vir aqui porque sabem que não há vagas para estacionarem - diz Cátia Cilene, que trabalha há dez anos no local.

A administração de Brasília ver a solução da carência de estacionamentos com um projeto de Parceria Público Privada (PPP).

- Estamos pensando em construir estacionamentos subterrâneos por meio de PPP. Mas ainda vamos ver a aceitação da idéia - conta Clayton Aguiar.

O comerciante Atacílio Júnior sugere que seja construído um prédio garagem e mais rampas de acesso para deficientes físico.

- Alguns estacionamentos aqui têm espaço suficiente para ser edificado um prédio de vários andares que sirva de estacionamento. Com isso, elevaria muito o número de vagas e atrairia as pessoas. Um outro problema que vejo todos os dias é a falta de rampas de acesso para os deficientes. Para mim, é necessário que a revitalização comece com esses tipos de obras que são fundamentais para o cotidiano do SCS.

Sobre as mudanças que já foram feitas por lá, a maioria das pessoas não consegue citar. Entretanto, o vendedor, Felipe Neres, diz que percebeu melhora da limpeza e da violência.

-Trabalho aqui desde 1983 e está mais limpo, pois passam sempre varrendo. Parece também que a violência diminuiu com a construção do posto policial - conta.

Além de obras, há propostas de ações culturais. Um grupo está criando uma organização não-governamental (ONG) que pretende resgatar a história do SCS e promover eventos culturais.

- Queremos começar os trabalhos em abril com a realização de uma feira cultural. Para isso, procuraremos apoio de empresas privadas - explica Ariane Abrunhosa, que está a frente dos trabalhos da ONG.