Quando do exílio de Ruy Barbosa na Inglaterra, o Jornal do Commercio pede-lhe que escreva um livro sobre aquele país, extraindo da Inglaterra a lição legal, jurídica e constitucional cabível. Deste entrevero surgiram as Cartas de Inglaterra que “[...] lhe saíram muito mais para o Brasil do que de Inglaterra; escritas lá, sob o influxo do que via, mas para serem aqui entendidas, e entendidas mais como crítica ao nosso país do que como louvor ao que as inspirara; o seu fim precípuo não foi, como pretendeu o autor ao ideá-las, o estudo mais ou menos desinteressado da vida inglesa, e sim o exame da república brasileira, em confronto com a monarquia inglesa. Não é necessária muita argúcia, não é preciso ler nas entrelinhas para se ver as carapuças cortadas com mestria e distribuídas com agilidade pelo ferino panfletário que neste livro se mostra Rui Barbosa.” (PEREIRA, Lucia Miguel. In: BARBOSA, Rui. Cartas de Inglaterra. Rio de Janeiro : Ministério da Educação e Saúde, 1946. (Obras completas de Rui Barbosa ; v. 23, t. I., p. xvi).