Título: Taxa de desemprego é mais alta entre jovens
Autor: Nilson Brandão Junior
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/02/2005, Vida &, p. A12

A taxa de desocupação em 2003 - 9,7% da população economicamente ativa - foi mais alta para três grupos: pessoas com oito ou mais anos de estudo (11,3%), mulheres (12,3%) e jovens (18%). De forma geral, o quadro do desemprego se agravou naquele ano, de baixo crescimento econômico. Mas estimativas do economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Luiz Eduardo Parreiras indicam que em 2004 o desemprego geral deve ter recuado para cerca de 9% e que, em 2005, ficará numa faixa entre 8% e 9%. A taxa do desemprego em 2003 já havia sido definida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada no ano passado. O número de desocupados subiu de 7,887 milhões de pessoas para 8,554 milhões. A síntese divulgada ontem mostra variações de desemprego por grupos. No caso dos mais escolarizados, a maior taxa de desemprego não é uma punição para os mais preparados, ressalta o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes. "A taxa foi maior, mas os mais preparados têm maior nível de renda", pondera.

Parreiras, do Ipea, analisa que o cenário já melhorou um pouco no ano passado. Em 2004, indústria de exportação e fabricantes de bens duráveis (automóveis, eletrodomésticos) puxaram a atividade do País. Em 2005, espera-se um crescimento mais espalhado. "Ele será mais distribuído e o emprego também."

As taxas mais altas de desocupação entre as mulheres e os homens jovens são explicadas por dois motivos, diz o coordenador da Pesquisa Mensal de Empregos (PME) do IBGE, Cimar Azeredo Pereira. Esses dois grupos são mais numerosos na população, fazendo maior pressão sobre o mercado de trabalho. Além disso, mulheres e jovens podem levar mais tempo procurando uma ocupação, porque, usualmente, complementam a renda familiar.

A síntese mostra que segue a desigualdade salarial entre homens e mulheres, mesmo com mais tempo de estudo. O rendimento/hora das mulheres no País equivale a 83,3% do que recebem os homens. A desigualdade avança quanto maior o tempo de escolaridade. A mulher com mais de de 12 anos de estudo recebe 60,6% do que ganha o homem por hora.