Título: Conclusões da ata
Autor: Sheila D'Amorim
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/02/2005, Economia, p. B1

Conclusões da ata

INFLAÇÃO: Apesar do ligeiro recuo em janeiro, a inflação mensal ainda está muito alta e acima da meta de 5,1% para o ano. META: Mesmo com aumento de 0,5 ponto porcentual nos juros em janeiro e o recuo da taxa de câmbio, a inflação projetada pelo BC para 2005 ficou "praticamente estável". Isso contribuiu para os diretores elevarem novamente os juros este mês. Eles estão preocupados com o repasse ao consumidor dos aumentos ocorridos no atacado. CRÉDITO: Medidas para estimular o mercado de crédito não necessariamente diminuem a eficácia da política monetária, defendem os diretores. Ao contrário, dizem que medidas como empréstimos com desconto na folha de pagamento podem aumentar a efetividade da política monetária no médio prazo. ATITUDE FISCAL: Mesmo reconhecendo que a redução nos gastos públicos abriria espaço para queda na taxa de juros, no médio prazo, os diretores afirmam que a postura fiscal atual do governo (de aumento nas despesas públicas) não torna ineficaz a alta dos juros para controle da inflação. MAIS ALTAS: Depois do susto em janeiro, quando acharam que o processo de queda da inflação teria sido interrompido, os diretores agora acreditam que o risco não existe mais. Porém os juros ainda devem subir e depois a taxa "será mantida constante por um período suficientemente longo de tempo". EXPECTATIVA: O mercado continua apostando numa inflação alta, apesar do menor ritmo de crescimento da economia, da valorização do real ante o dólar, da queda no preço de importantes commodities e do aumento dos juros. INVESTIMENTOS: A melhora do índice de confiança do empresário da indústria e a manutenção do risco Brasil num nível baixo abrirá espaço para a continuidade do aumento dos investimentos produtivos. PETRÓLEO: No sobe-e-desce do preço do petróleo no mercado internacional, o valor da gasolina negociada fora do Brasil ficou menor que o preço no mercado interno. Mas isso não é garantia que a gasolina vai ficar mais barata no País, porque há risco de o petróleo voltar a subir. CENÁRIO EXTERNO: O risco Brasil voltou a recuar, depois de uma ligeira alta, provocada por incertezas em relação ao comportamento dos juros nos EUA. Mas a disponibilidade de liquidez internacional e a estabilidade dos mercados continuam condicionadas aos países ricos.