Título: País supera US$ 100 bi em exportação
Autor: José Ramos
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/03/2005, Economia, p. B6

O Brasil rompeu uma barreira histórica na última segunda-feira e registrou US$ 100,153 bilhões em exportações nos últimos 12 meses. O resultado foi comemorado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, em companhia de representantes de empresas exportadoras. Com esse desempenho de fevereiro, que antecipou em um mês a quebra da barreira dos US$ 100 bilhões, o ministro já considera possível superar a meta de US$ 108 bilhões em exportações fixada para 2005. "Na metade do ano, poderemos reavaliar para melhor", disse Furlan. Ele previu que até o fim de março o governo anunciará mudanças nas regras de câmbio para os exportadores, ampliando o prazo para que as empresas convertam em reais o pagamento por suas vendas. Hoje o prazo é de seis meses, mas as empresas reivindicam um ano. Isso reduziria os custos operacionais e facilitaria a administração do endividamento das empresas. Outras ações desenvolvidas pelo governo ajudarão a atenuar as perdas com a valorização do real, segundo o ministro.

Furlan citou ainda como exemplos de ações para aumentar a exportação os 550 eventos programados pela Agência de Promoção de Exportações (Apex) para este ano, com a participação de 15 mil empresas. Destacou o lançamento da marca Brasil, que terá produtos em 3 mil lojas na França, e também a criação de três centros de distribuição de produtos brasileiros, na Alemanha, nos EUA (Miami), e nos Emirados Árabes (Dubai).

"É inexorável que as exportações brasileiras cresçam", afirmou. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado do resultado das exportações e lançou aos empresários um novo desafio: exportar US$ 150 bilhões.

QUEIXAS

A Volkswagen é uma das que se sentem prejudicadas pela situação do câmbio, já que exporta para países que usam o dólar como referência. "Precisamos de uma reação na redução de custos internos e no reposicionamento da moeda", reclamou a diretora da empresa Elizabeth Carvalhaes, após o encontro com Furlan.

O vice-presidente da Embraer, Henrique Rzezinski , também disse que sua empresa está sendo afetada pela valorização do real. Já o diretor-financeiro da Companhia Vale do Rio Doce, Fábio Barbosa, defendeu sua empresa, que tem enfrentado críticas por elevar em até 70% o preço do minério exportado. Ele disse que o preço do minério representa apenas 10% a 15% do custo dos produtos siderúrgicos.