Título: Corte ouve acusações a Michael Jackson
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/03/2005, Vida &, p. A18

No primeiro dia, de fato, do julgamento do cantor Michael Jackson, acusado de dez crimes, entre os quais abuso sexual de um menor e conspiração para seqüestrá-lo, o promotor Tom Sneddon acusou o astro de "estranha conduta sexual" e de "se masturbar com uma mão e com a outra masturbar um garoto" em sua rancho Neverland (Terra do Nunca), em Santa Bárbara, na Califórnia. Em sua declaração inicial perante o júri, o promotor disse ainda que a propriedade de Jackson não tem nada do mundo idílico do personagem dos contos de fada Peter Pan, mas é na verdade um lugar que o cantor construiu para abusar sexualmente de menores.

Sneddon também acusou Jackson de mostrar ao menino revistas e material pornográfico na internet desde a primeira vez que ele esteve em sua mansão, em 2000, quando tinha 10 anos, além de ter lhe oferecido bebida alcoólica. O promotor também disse que um funcionário de Jackson ameaçou o garoto, entre fevereiro e março de 2003, dizendo a ele: "Michael poderia fazer desaparecer sua família."

Antes da manifestação do promotor, o juiz Rodney Melville havia dado início ao julgamento lendo as acusações ao cantor e revelando pela primeira vez o nome dos cinco supostos co-conspiradores dele no caso do seqüestro, todos seus funcionários. Melville também leu 29 atos que teriam sido cometidos em uma conspiração que cercou o suposto abuso sexual do menor, assim como uma aparente tentativa de manter a família calada.