Título: Ações foram a melhor aplicação em fevereiro
Autor: Tom Morooka
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/03/2005, Economia, p. B3

Embora tenha recuado 1,01% no pregão de ontem, o último do mês, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foi disparadamente o investimento mais rentável de fevereiro. A valorização de 15,56% do Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador de 53 ações da Bovespa, compensou com folga a perda de 7,05% acumulada em janeiro. A vigorosa alta foi sustentada pela firme expansão do volume financeiro, com forte participação do capital estrangeiro no pregão. Pelos dados da Economática Empresa de Informação Financeira, o volume médio diário movimentado pela Bolsa paulista subiu de R$ 1,099 bilhão em janeiro para R$ 1,740 bilhão em fevereiro, até sexta-feira, uma expansão de 58,3%.

Ainda segundo a Economática, esse é o melhor giro diário mensal, superior ao volume financeiro anterior, de julho de 1997, ajustado pelo IPCA, de R$ 1,627 bilhão.

O volume movimentado em fevereiro foi engordado pela forte atuação do capital estrangeiro. Dados da Bolsa paulista apontam um saldo positivo (entradas menos saídas de capital externo do pregão) de R$ 2,172 bilhões em fevereiro, até o dia 20.

O segundo lugar da corrida dos investimentos foi ocupado pelo ouro, com valorização de 2,53%. As demais posições foram preenchidas pelas aplicações de renda fixa, com o CDB para grandes volumes na terceira posição, com rendimento médio bruto de 1,42%, seguido pelos fundos DI e pelos fundos de renda fixa, ambos com 1,28%; CDB para volumes mais baixos, 1,11%; e caderneta de poupança, 0,60%. Todos renderam mais que a inflação de 0,30% pelo IGP-M em fevereiro.

DÓLAR

O dólar comercial não escapou, mais uma vez, das últimas posições. Com baixa de 0,80%, ficou no penúltimo posto do ranking de fevereiro, à frente apenas do dólar paralelo, que perdeu 3,94%.

Os dólares que ingressaram no País para a compra de ações deram suporte à disparada da Bolsa e foram, em grande medida, responsáveis pela desvalorização da moeda americana diante do real.

Antes de seguir para o pregão da bolsa, o capital estrangeiro que entra no País passa pelo mercado de dólar, onde é convertido em reais. A ampliação da oferta, reforçada também pelos resultados positivos da balança comercial e pela chegada de divisas trazidas por captações de bancos e empresas, vem deprimindo sistematicamente as cotações do dólar.