Título: 'Estado não se omitiu', reage secretário
Autor: Mariângela Gallucci
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/03/2005, Nacional, p. A14

FEDERALIZAÇÃO: O secretário especial de Defesa Social do Pará, Manoel Santino, afirmou ontem que "em nenhum momento" a Procuradoria-Geral da República solicitou informação sobre as ações da polícia estadual no caso da irmã Dorothy Stang. Ele atribuiu à morosidade da reforma agrária o surgimento de bolsões de violência. "Aguarda-se que o Superior Tribunal de Justiça, a fim de que possa tomar uma justa decisão, eqüidistante do passionalismo e em conformidade com o princípio do contraditório, solicite informações ao governo do Estado, ocasião em que a alegação de inércia dos organismos policiais será repudiada", declarou Santino, em nota oficial, na qual aborda o deslocamento de competência para a Justiça Federal apresentado ao STJ, pela Procuradoria-Geral. "O governo do Estado não se omitiu de suas obrigações, sempre entendendo que a origem de toda a questão não pode ser resolvida simplesmente por ações policiais", assinalou o secretário. "A lentidão na efetivação da reforma agrária, a falta de solução nas questões ambientais e urbanas, aliadas à secular desigualdade social, permitem o surgimento de vários bolsões de violência espalhados pelo País." O secretário destacou que a polícia do Pará "rapidamente identificou a autoria do crime que vitimou a missionária, prendeu 2 executores e um intermediário, restando apenas a prisão do mandante, o que está próximo de acontecer". Segundo ele, "3 outros crimes, em que foram vítimas cidadãos brasileiros e, ao que tudo indica, podem estar relacionados ao assassinato da missionária, também merecem a mesma atenção e cuidado nas investigações conduzidas pela Polícia Civil do Estado".