Título: No caminho do aeroporto, um tenso posto de controle
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/03/2005, Internacional, p. A16

O checkpoint no qual o carro em que viajava a jornalista italiana Giuliana Sgrena foi alvejado fica a cerca de três quilômetros do Aeroporto Internacional de Bagdá, numa estrada onde ataques rebeldes são freqüentes. Por seu grau de risco, o caminho é considerado uma das vias urbanas mais perigosas do planeta. Ao se aproximarem do posto de controle, os veículos que se dirigem de Bagdá para o aeroporto - uma distância de cerca de 10 quilômetros - são desviados para uma pista marginal da estrada, sob ordens de soldados americanos. Ali formam filas imensas, à espera da revista feita por agentes da empresa de segurança sul-africana Global Service. O local está inundado de placas colocadas pelo Exército americano que alertam: "O uso de força letal está autorizado a partir deste ponto."

Os soldados americanos que organizam a fila são exigentes quanto ao cumprimento de suas ordens e os automóveis devem se aproximar vagarosamente. A parada de qualquer veículo metros antes ou depois do local determinado pode causar de berros imperativos a disparos de fuzil na direção dos que - intencionalmente ou não - não cumprem a ordem.

São os agentes da Global que se encarregam de revistar os carros em busca de armas e explosivos. A passagem de um lado para outro do checkpoint é feita a pé, pelo chão de terra batida - ou lama, dependendo do tempo.

Num grande balcão sob uma lona, eles reviram malas e mochilas e submetem todos os que pretendam passar pelo local a detectores de metal e checagem pessoal.

Só carros oficiais ou especialmente autorizados pelos militares podem seguir viagem do checkpoint até o aeroporto. Normalmente, os passageiros, depois de exibir suas passagens às autoridades, têm de tomar táxis ou ônibus para chegar ao terminal. Dependendo do movimento da estrada, o trajeto da cidade ao aeroporto pode levar várias horas.