Título: IBGE vai medir uso da internet no País
Autor: Jamil Chade
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/02/2005, Economia, p. B5

A primeira pesquisa oficial sobre acesso à rede mundial de computadores no Brasil servirá para embasar políticas públicas GENEBRA - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) quer fazer um mapeamento de quantos brasileiros contam com um acesso à internet. Na próxima segunda-feira, em Brasília, a entidade se reúne para tomar uma decisão sobre o levantamento, que seria o mais completo já realizado no Brasil e traria os primeiros resultados em 2006. Apesar do desenvolvimento relativamente rápido da internet no País, até hoje apenas institutos privados fizeram pesquisas sobre quem são os brasileiros que contam com a nova tecnologia. Dados oficiais, porém, não existem, dificultando o trabalho do governo em adotar uma política para democratizar o acesso à rede mundial de computadores. Nesta semana, em Genebra, representantes do IBGE estão participando de uma reunião na Organização das Nações Unidas (ONU) exatamente para debater como realizar levantamentos sobre a tecnologia da informação. O esforço da ONU faz parte de um plano da organização para montar uma estratégia de inclusão digital nos países em desenvolvimento.

No caso do Brasil, um número indicado pelos próprios relatórios da ONU aponta 14,3 milhões de internautas em 2002, o maior índice da América Latina. A região contaria com 44 milhões de usuários. Os dados, porém, são baseados em pesquisas parciais feitas por entidades privadas. No último documento da ONU, publicado no final de 2004, a Europa aparece com uma taxa de penetração da internet três vezes maior que a do Brasil.

O estudo também indica que, no mundo, os usuários da rede de computadores chegam a 676 milhões de pessoas, 11,8% da população do planeta. Em 2004, pela primeira vez, os países em desenvolvimento estão apresentando um índice de crescimento da internet maior que as economias ricas.

Para o IBGE, um levantamento vai dar a oportunidade para que o governo possa direcionar suas atividades a regiões e camadas da população que até agora não contam com os benefícios da internet. O projeto, caso se concretize, seria financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pelo Conselho Gestor da Internet.