Título: Alckmin diz ter alternativa para política econômica
Autor: Elizabeth Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/03/2005, Nacional, p. A8

Em tom de campanha eleitoral, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem para uma platéia de mais de 1,2 mil empresários que sua administração possui um caminho alternativo para o desenvolvimento sustentado, fugindo do círculo vicioso (adotado pelo governo federal) de controlar a inflação com o aumento das taxas de juros. Ao abrir o ciclo de palestras da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB), Alckmin arrancou aplausos da platéia ao dizer que a sociedade não agüenta mais o aumento de impostos e que é preciso encontrar um caminho para sair dessa camisa-de-força que impede o crescimento. "O caminho é o que adotamos, cortando gastos e reduzindo a carga tributária", ressaltou Alckmin, principal nome do PSDB para a sucessão presidencial. Na abertura da palestra, o vice-presidente da ADVB, João Dória Júnior, chegou a fazer uma moção de apoio ao lançamento da candidatura do tucano à Presidência em 2006. "Isso não foi combinado", brincou o governador. Mas, em entrevista concedida após o evento reconheceu: "Foi um voto de confiança do empresariado, é uma confiança que nos estimula a fazer um trabalho ainda melhor em São Paulo."

No discurso que fez aos empresários afirmou que seu governo lançará em abril mais uma nova versão da "Primavera Tributária", programa anunciado no ano passado com a redução de ICMS para vários tipos de produtos. Agora, o ICMS da farinha de trigo será reduzido de 7% para 0.

Nas críticas que fez ao governo federal, Geraldo Alckmin insistiu que a sociedade reivindica o desenvolvimento sustentado e que é necessário desonerar o setor produtivo para permitir a geração de emprego. "Isso só sai do papel se houver corte de gastos", e alfinetou: "A gastança do governo é maior do que o PIB." Citou mais de uma vez a "sanha arrecadatória" do governo Lula.

Ele ainda exibiu transparências sobre o resultado orçamentário do governo de São Paulo em 2004, destacando o equilíbrio fiscal.