Título: Brasil perde vaga no Comitê dos Direitos da Criança
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Fonte: O Estado de São Paulo, 08/03/2005, Nacional, p. A13

DIPLOMACIA: O Brasil perdeu há duas semanas sua representação no Comitê dos Direitos da Criança, na Organização das Nações Unidas (ONU). Composto por experts independentes que monitoram a implementação da Convenção dos Direitos da Criança, o comitê tem 18 integrantes e, desde sua criação, em 1993, mantinha um representante do Brasil, a diplomata Marília Sardenberg. No último dia 25, no entanto, durante Assembléia dos Países Membros, em Nova York, Marília não foi reeleita - o que restringe agora a participação latino-americana no comitê a apenas três países: Argentina, Paraguai e Jamaica. O candidato de cada país é escolhido pelo governo e as eleições ocorrem a cada 4 anos. Uma semana depois da derrota, ela foi deslocada para a cidade do Porto (Portugal), onde assumiu a posição de cônsul-geral. Marília considera "ruim" para a América Latina o resultado, especialmente considerando-se a atual situação das crianças na região. Para ela, a nova orientação deverá privilegiar o Ocidente e os países muçulmanos. Ela acredita que o resultado se deu por conta de uma "boa coordenação" da Europa Ocidental (Holanda, Alemanha, Suíça e Noruega) e de uma estratégia de países muçulmanos. Outros integrantes da nova gestão são Egito, Tunísia, Burkina Faso, Quênia, República da Coréia, Uganda, Argélia, Sérvia e Montenegro, Canadá e Bangladesh.