Título: Xeque viaja para pedir libertação de brasileiro
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Fonte: O Estado de São Paulo, 31/01/2005, Internacional, p. A15

Ali Abduni, da comunidade muçulmana no Brasil, está em Amã para fazer apelo O xeque Ali Abduni, representando a comunidade muçulmana do Brasil, era esperado ontem em Amã, Jordânia, para participar das negociações pela libertação do engenheiro brasileiro João José Vasconcellos Jr., seqüestrado no Iraque há doze dias, informou a BBC Brasil. Abduni vai se reunir com o embaixador Affonso Celso de Ouro Preto, que está em Amã coordenando as negociações. Ontem, Ouro Preto, o representante do Núcleo de Iraque, Paulo Joppert, e o embaixador brasileiro em Amã, Antonio Carlos Coelho da Rocha estiveram com autoridades do serviço de inteligência jordaniano. Os diplomatas brasileiros em Amã têm-se reunido com representantes de vários governos estrangeiros para negociar a libertação do brasileiro. Desde a última quinta-feira, quando chegaram a Amã, eles tiveram encontros com representantes do governo espanhol, italiano e britânico.

A embaixada brasileira mantém a mesma postura desde o começo do seqüestro e continua evitando dar informações sobre as negociações.

Depois do jogador de futebol Ronaldo, do Real Madri, ontem, foi a vez da Liga da Juventude Islâmica do Brasil gravar dois apelos a favor da libertação de Vasconcellos. Nos vídeos, a instituição pede a libertação do engenheiro para os seqüestradores e também clama pela ajuda de líderes religiosos iraquianos. A entidade acredita que eles possam convencer os seqüestradores a libertar o brasileiro.

MANIFESTAÇÃO

Anteontem, cerca de 1.500 pessoas foram às ruas do centro de Juiz de Fora, em Minas Gerais, para pedir a libertação do engenheiro. Usando camisetas estampadas com o rosto de Vasconcellos e com a palavra "liberdade" escrita em português e árabe, os manifestantes rezaram e fizeram apelos para que o caso seja resolvido rapidamente.

Apesar de a família ter declarado que acreditava que o engenheiro estivesse ferido, a informação não foi confirmada pela construtora Odebrecht. A suspeita surgiu depois que a Janusian Securities - empresa britânica responsável pela segurança dos funcionários da construtora - disse que, com base em uma suposição feita por peritos no carro onde estava Vasconcellos, é possível que o brasileiro tenha sido feirdo no ombro.