Título: Situação dos gastos públicos ainda preocupa, diz Levy
Autor: Tânia Monteiro, Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/03/2005, Nacional, p. A4

PRESSÃO: O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, afirmou à Comissão de Orçamento que o resultado das despesas públicas da União em relação ao PIB em 2004 ainda não dá tranqüilidade. "Embora tenha ficado um pouco abaixo de 2002, o que mostra nossa prudência, ainda não nos dá conforto, dado o compromisso fiscal", explicou. "Ainda é um nível alto porque bota pressão nas contas públicas e na carga tributária." Levy disse ainda que o bom desempenho fiscal de 2004 resultou principalmente do esforço fiscal da União e espera para 2005 impostos mais baixos e "um superávit primário prudente". Em São Paulo, o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, previu que o governo terá de fazer "ajuste predatório" do orçamento para cumprir a meta de superávit primário de 4,2% do PIB. "O Executivo deve cortar investimentos, pois aumentaram as despesas e há o compromisso de não elevar a carga tributária", disse. "A redução terá de ser significativa, pois só o aumento do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda representam R$ 6,5 bilhões a mais."