Título: Direção do Rondon reage às críticas de Ruth Cardoso
Autor: José Maria Mayrink
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/02/2005, Nacional, p. A9

O coordenador-geral do Projeto Rondon, general Gilberto Arantes Barbosa, disse ontem que, ao contrário do que afirma a antropóloga Ruth Cardoso, em artigo publicado no Estado, o governo discutiu bastante as lições do passado antes de relançar a experiência, este ano, na Amazônia. Representante do Ministério da Defesa, que coordena o novo Projeto Rondon, o general observou que a grande diferença entre uma versão e outra é o engajamento direto da universidade. "Antes, eram os alunos que se apresentavam como voluntários, enquanto agora são selecionadas as instituições", disse. De 125 universidades que se candidataram, 40 foram escolhidas.

Para o coronel reformado Sérgio Mário Pasquali, que coordenou o antigo Projeto Rondon e hoje é presidente da Fundação Nacional dos Rondonistas (FNR), não é verdade que, como afirma Ruth Cardoso, a primeira experiência tenha desconhecido iniciativas de desenvolvimento sustentado e aberto espaço para o clientelismo. "É estranho que a antropóloga Ruth Cardoso escreva isso, pois ela conhece bem a estrutura do Projeto Rondon, já que ouviu uma exposição sobre nosso trabalho e elogiou a experiência, quando estava organizando a Universidade Solidária", disse.

A FNR, destaca Pasquali, participou do lançamento da nova versão do projeto e teve dois representantes na fase de diagnóstico, quando 200 estudantes passaram duas semanas em 13 localidades do Amazonas. "O professor Estanislau Monteiro, conselheiro e ex-presidente da FNR, fez um discurso na solenidade de lançamento do Projeto Rondon, pelo presidente da República, em Tabatinga (AM) e acompanhou uma das equipes na primeira fase."