Título: FGTS bate recorde de arrecadação
Autor: Vânia Cristino
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/02/2005, Economia, p. B3

Diferença entre saques e depósitos atingiu R$ 6,1 bilhões no ano passado, impulsionada pela recuperação do emprego formal BRASÍLIA - A arrecadação líquida (diferença entre depósitos e saques) do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) atingiu R$ 6,1 bilhões no ano passado, a maior arrecadação líquida da história do fundo. Representa um crescimento de 33% em relação a 2003, quando os depósitos superaram os saques no FGTS em R$ 4,58 bilhões. Em 2004 a arrecadação bruta foi de R$ 28,2 bilhões, enquanto os saques somaram R$ 22,1 bilhões. Segundo o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, contribuíram para que o resultado do FGTS fosse recorde a recuperação da atividade econômica e o crescimento do emprego formal. Mais trabalhadores com carteira assinada significam mais depósitos na conta vinculada do fundo. No ano passado o saldo líquido do emprego formal foi positivo em mais de 1,5 milhão de novos postos de trabalho.

O Ministério do Trabalho estima que, do total de empregos criados em 2004, o FGTS tenha sido responsável por cerca de 629 mil devido aos financiamentos concedidos para habitação, saneamento e infra-estrutura. Os empréstimos aprovados com recursos do fundo representaram um desembolso de R$ 5,7 bilhões (orçamento de R$ 7,5 bilhões) contra R$ 4,3 bilhões do ano anterior.

Para este ano o Conselho Curador do FGTS também aprovou o maior orçamento da história do fundo. Serão R$ 11,2 bilhões para programas de financiamento habitacional, saneamento básico e infra-estrutura urbana.

Nesse total já está incluído o subsídio, na forma de desconto financeiro, para a população de baixa renda (até cinco salários mínimos) e a destinação de R$ 1 bilhão para o Programa de Arrendamento Residencial.

Em 2004 o FGTS foi responsável pela liberação de R$ 35,7 bilhões na economia, dos quais R$ 22,1 bilhões foram sacados pelos trabalhadores que perderam seu emprego ou se aposentaram. Outros R$ 7,8 bilhões são referentes a saques dos créditos complementares, feitos pelos trabalhadores que aceitaram o acordo proposto pelo governo para o pagamento parcelado da diferença de correção monetária devida por ocasião dos Planos Verão e Collor 1. Por fim os restantes R$ 5,7 bilhões foram liberados para obras contratadas, previstas no orçamento do FGTS.