Título: Impacto na América Latina deve ser pequeno
Autor: Reuters e AFP
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/02/2005, Economia, p. B13

O impacto na América Latina da compra da AT&T pela SBC Communications deve ser pequeno, de acordo com a gerente da consultoria Yankee Group no Brasil, Patrícia Volpi. "A presença das empresas na região é muito limitada", afirmou, acrescentando que, em dois ou três anos, a nova companhia pode passar a considerar os países latino-americanos lugares interessantes para investir. A AT&T reduziu muito sua presença no País no último ano. Hoje, sua principal atividade é atender a grandes clientes multinacionais, com quem tem contratos mundiais. No ano passado, sua subsidiária AT&T Latin America, que tinha rede própria na região, foi vendida para a Telmex, dona também da Embratel. A AT&T chegou a participar do leilão do Sistema Telebrás, em 1998, mas sem ficar com nenhuma das estatais vendidas.

A SBC foi sócia da mexicana América Móvil - assim como a Telmex, controlada pelo bilionário Carlos Slim Helú - nas operadoras de telefonia móvel que vieram a formar a Claro, segunda maior empresa de celular do País. De acordo com Patrícia, a SBC só conta hoje com algumas operações no México, no que diz respeito à América Latina.

Na visão da analista, a união entre a AT&T e a SBC é somente mais um passo no movimento de consolidação do mercado americano de telecomunicações. Quando a AT&T foi cindida em 1984, nos Estados Unidos, foram criadas sete Baby Bells, empresas regionais de telefonia, além de ser mantida a empresa de longa distância. Das sete, restam hoje quatro: a SBC, a Qwest, a Verizon e a BellSouth. De acordo com Patrícia, o próximo alvo provável da consolidação é a MCI, que surgiu uma empresa independente, concorrente da AT&T, e já foi dona da Embratel.

O ambiente criado pela reeleição do presidente George W. Bush deve facilitar a aprovação da união entre as duas operadoras nos EUA, segundo a analista. A operação pode demorar, porém, um ano para ser concretizada, pois depende do sinal verde das autoridades regulatórias em cada país em que as empresas operam.