Título: Falta acesso à contracepção para 33% das mulheres
Autor: Lígia Formenti
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/02/2005, Nacional, p. A6

O esforço que o governo empreende agora para melhorar o acesso ao planejamento familiar não é sem motivo. Pelas contas do secretário de Assistência à Saúde, Jorge Solla, cerca de um terço das mulheres em idade fértil não têm acesso a métodos contraceptivos. "O planejamento familiar é um direito que tem de ser preservado", diz o secretário. Ele observa, também, que casos de gravidez indesejada podem levar a mulher a praticar o aborto, que, por sua vez, é a quarta causa de mortalidade materna. Os níveis de mortalidade materna no Brasil estão longe dos limites considerados aceitáveis. Em países desenvolvidos, os registros variam entre 6 a 20 mortes a cada 100 mil habitantes. No País, em 2001, foram detectados 50 casos a cada 100 mil. Especialistas em saúde não hesitam em dizer que a grande maioria das mortes ligadas ao parto é evitável. O planejamento também pode reduzir outra grave tendência registrada no País, que é o aumento dos casos de gravidez na adolescência. De todos os nascidos vivos em 2001, 23,3% eram filhos de adolescentes com idades que variavam entre 10 e 19 anos. Solla lembra que, entre janeiro de 2002 e agosto de 2003, 1.585.218 adolescentes engravidaram. Desse total, 256 morreram.