Título: Lei americana foi criada para coibir fraudes contábeis
Autor: Andrea Vialli
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/02/2005, Economia, p. B18

TRANSPARÊNCIA - Após os escândalos contábeis que atingiram as grandes corporações americanas no início da década - sendo Enron e WorldCom os mais emblemáticos - o congresso daquele país reagiu e criou a lei Sarbanes-Oxley, sancionada pelo presidente Bush em 2002. O objetivo do calhamaço legal, que possui mais de 1.000 itens, foi aprimorar os critérios de governança corporativa para empresas que negociam ações na bolsa de Nova York. Com maior proteção aos acionistas, a intenção da lei é evitar novas fraudes contábeis - o que inclui a total responsabilidade civil dos presidentes das companhias pelos balanços que estão assinando. E também a formação de um conselho de auditoria interna nas empresas, cuja principal atribuição é ajudar o conselho de administração a supervisionar os relatórios financeiros e o desempenho das auditorias. "A lei tem caráter preventivo e traduz a necessidade de conduta ética nas organizações, o que fortalece os modelos e traz segurança para os investidores", explica Geraldo Barbosa, presidente da América Latina para a Becton & Dickinson. Para a professora Rosa Maria Fischer, do Ceats/USP, o grande mérito que normas legais como essa trazem é o estímulo à transparência e à "accountability" - termo ainda inexistente em português, mas que remete à idéia de uma contabilidade 100% idônea. "Sem transparência nas informações, não se pode falar em ética", observa.