Título: Fabricantes enviam agentes para atuar com a polícia local
Autor: Jamil Chade
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/01/2005, Economia, p. B8

Diante da proliferação de relógios falsificados nos últimos anos, os produtores suíços decidiram enviar agentes que atuam de forma incógnita em diversos países para tentar obter informações sobre os grupos criminosos e atuar ao lado das polícias locais. Na América Latina, o centro de operação dos agentes é Assunção, no Paraguai. O segundo centro de operações criado pelos fabricantes está localizado em Hong Kong. Segundo Michel Arnoux, chefe do serviço de combate à falsificação da Federação Suíça de Produtores de Relógios, os agentes trabalham em total discrição. "Não revelamos nem o nome, nem o endereço onde vivem e muito menos seus telefones", afirma o suíço.

Para ele, essa é a única forma de garantir a segurança desses agentes, que trabalham para obter informações de grupos criminosos e de máfias. "Eu posso aparecer na imprensa e fazer declarações porque vivo na Suíça. Mas nossos funcionários nas demais regiões evitam qualquer publicidade ou mesmo a revelação de suas identidades", explica Arnoux.

"Esta semana mesmo estamos preparando, junto com a polícia mexicana, uma importante operação para interceptar cargas de relógios. Mas nossos agentes não nos revelam, nem mesmo ao escritório suíço, onde exatamente ocorrerá a operação", diz Arnoux.

Segundo ele, a base no Paraguai foi escolhida diante do volume de cargas de relógios falsificados que passam pelo país. Os agentes, porém, percorrem vários países em busca de informações e fazem visitas constantes ao Brasil.

Para a Federação Suíça de Produtores de Relógios, o combate à falsificação não deve ocorrer apenas nos mercados consumidores ou tentando interceptar rotas de transporte. Na avaliação de Arnoux, os locais de origem dessa produção devem ser o alvo principal. J.C.