Título: Maia assume comando do PFL e vai à TV ressuscitar caso Waldomiro
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/02/2005, Nacional, p. A6

O caso Waldomiro Diniz, maior escândalo de corrupção no governo Lula até agora, será resgatado na propaganda gratuita do PFL na televisão, que começa terça-feira. Nas inserções de 30 segundos, o prefeito do Rio e pré-candidato a presidente da República, Cesar Maia, que ontem assumiu interinamente a presidência do PFL para ganhar mais espaço no horário gratuito, vai cobrar punição para o ex-assessor do chefe da Casa Civil, José Dirceu. Em outros comerciais, cobrará a presença do Exército no combate à violência, criticará a taxação de servidores inativos e atacará o aumento da carga tributária. Waldomiro é acusado de negociar pagamento de propina com o empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. "O caso esteve juntinho do gabinete do presidente. Vamos dizer que nós, do PFL, não nos conformamos com isso", adiantou. Maia comandará os programas, numa estratégia do PFL para dar visibilidade à sua pré-candidatura. Os pefelistas são impedidos por lei de anunciar a candidatura e, por isso, optaram por levá-lo para o horário gratuito na condição de principal dirigente partidário. "O presidente fala em nome do partido. Esperamos dar conhecimento àqueles que não sabem que sou prefeito do Rio e que represento as idéias do partido. Não diria que o público da televisão me conhece razoavelmente bem."

No dia 30 de março, vai ao ar o programa nacional. Em 1.º de abril, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, reassume o posto. Entre os dias 15 e 24 de fevereiro, irão ao ar 80 inserções de alcance nacional. Nos programas estaduais, Maia terá 10% do tempo, para fazer as críticas ao governo.

Ontem, em reunião no Palácio da Cidade, a direção do PFL e o prefeito assistiram aos comerciais. Acertaram algumas mudanças, como falar em "governo Lula" em vez de "governo federal". Bornhausen definiu os programas como uma oportunidade para fazer "o confronto de competências".