Título: Aprovando união, família real toma decisão arriscada
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Fonte: O Estado de São Paulo, 11/02/2005, Internacional, p. A15

RAINHA, NÃO: A união entre o príncipe Charles e Camilla Parkes-Bowles é considerada uma questão extremamente delicada do ponto de vista religioso - embora o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, tenha manifestado publicamente seu apoio a ela. Camilla é divorciada e seu ex-marido é vivo. Se Charles se tornar rei, vai ser, de acordo com a tradição, o chefe supremo da Igreja Anglicana. Muitos líderes religiosos rejeitam o casamento entre divorciados. "Charles está ciente das diretrizes da Igreja da Inglaterra", disse o arcebispo ao comentar o anunciado matrimônio.

Contudo, segundo o correspondente da BBC no Palácio de Buckingham Nicholas Witchell, o passo dado pelo príncipe de Gales contém um risco considerável para a família real. "Ele precisa ficar muito atento à reação da opinião pública."

Nessa mesma linha, alguns analistas acreditam até mesmo numa possibilidade remota: a de que Charles abdique em favor do filho William.

Procurando desfazer qualquer tipo de dúvida ou especulação, o Palácio de Buckingham esclareceu ontem, logo após o anúncio feito por Charles, que, caso ele assuma a coroa britânica, Camilla Parkes-Bowles não será rainha nem princesa de Gales, mas, sim, princesa consorte.

Depois do casamento, marcado para 8 de abril, ela vai receber o título de Sua Alteza Real, duquesa da Cornualha.