Título: Encomendas elevam cotação da Embraer
Autor: Márcio AnayaRegina Cardeal
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/02/2005, Economia, p. B9

Merrill Lynch aumentou projeção de lucro da companhia e ações dispararam Esta coluna é produzida pela Agência Estado a partir do Cias. Abertas, serviço eletrônico dedicado ao mercado de ações. Telefone 0800 11-3000, e-mail atendimento@agestado.com.br As ações da Embraer foram o grande destaque da Quarta-Feira de Cinzas, na qual o movimento na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) superou as previsões e manteve o forte ritmo verificado na sexta anterior. Os papéis da empresa dispararam com a expectativa de novas encomendas e com o aumento nas projeções de lucro, feitas pelo banco de investimentos Merrill Lynch. No melhor momento do pregão, que começou a operar somente às 13 horas, as ações PN da Embraer chegaram a subir 12%, atingindo uma cotação máxima (R$ 22,54) que não se via desde 28 de dezembro, segundo dados da Economática. O desempenho ajudou a praticamente zerar as perdas acumuladas em 2005. Os papéis ON bateram máxima de R$ 16,29, com alta de 11,2%.

Segundo analistas, um conjunto de notícias contribuiu para formar um cenário favorável à companhia. Ontem, o jornal O Estado de S. Paulo noticiou que a BRA negocia com a Embraer a compra de 20 jatos modelo 190, negócio estimado em US$ 600 milhões.

A empresa brasileira assinou, recentemente, um acordo de cooperação com o governo da Índia, incluindo a venda de três aeronaves modelo 145. O mercado reagiu ainda, somente ontem, à informação veiculada sexta-feira à noite de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) trabalha na criação de uma linha de financiamento para permitir a compra de aviões da Embraer por companhias aéreas nacionais.

O maior impulso para as ações, no entanto, veio com o anúncio do Merrill Lynch, que elevou a estimativa de lucro da Embraer em 2007 e 2008, para US$ 3,50 e US$ 3,90 por American Depositary Receipt (ADR - recibo de ação negociado nos EUA), respectivamente.

Em relatório, o analista Ronald J. Epstein destaca o aumento na previsão de entregas para 2007 e 2008. Ele elevou em 12 unidades a projeção para o primeiro intervalo (total subiu para 172 aviões) e em 14 a estimativa para 2008, que passou a 184 aeronaves.

O analista Oswaldo Telles Filho, do Banif Investment Banking, ponderou que "são várias as perspectivas positivas para a Embraer, mas ainda não há nada de concreto". A empresa participa, até o dia 13, da Aero India 2005, considerada uma das feiras mais prestigiadas no campo de sistemas de Defesa e de aviação em geral.

"As ações estavam depreciadas e não há nenhum fato novo", observou o especialista Pedro Galdi, da ABN Amro Real Corretora. "Trata-se de uma recuperação técnica, em razão das notícias veiculadas e da possível reorganização de carteiras de investidores estrangeiros, em busca do papel."