Título: Novo ministro diz que aprovação é difícil
Autor: Denise MadueñoEugênia LopesColaborou: Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/03/2005, Nacional, p. A4

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que o governo federal tem consciência de que é muito difícil aprovar a Medida Provisória 232 da maneira como ela foi originalmente editada. Em entrevista à Rádio Eldorado, de São Paulo, ele revelou que o Executivo aguarda a elaboração de um substitutivo, no qual se daria melhor tratamento aos vários setores afetados pela MP. "Há uma negociação em curso e a previsão é de que haja um substitutivo, provavelmente com alívio para vários setores afetados", disse. Para ele, apesar de a MP ter uma série de pontos que precisam ser discutidos, a medida busca atingir setores que estariam com um tratamento "muito diferenciado" dentro do segmento produtivo.

"São setores que claramente estão pagando muito abaixo. Você pega o setor de prestação de serviços. Havia uma avaliação no governo de que alguns segmentos desse setor têm uma carga tributária menor do que a do assalariado", explicou.

Segundo o ministro, há um desejo do governo de melhorar o relacionamento com o Poder Legislativo. "Sendo deputado e tendo relações dentro do Congresso, se for acionado estarei à disposição", comentou Bernardo.

NEGOCIAÇÃO

O presidente do PT, José Genoino, defendeu ontem a negociação, não apenas a revogação, da MP 232. "O governo está dando demonstração de que está disposto a negociar", ressaltou.

Em entrevista ao portal do partido na internet, Genoino negou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva tenha aumentado a carga de impostos e foi além: "Queremos firmar um compromisso para diminuir progressivamente essa carga."

Para Genoino, o PSDB e o PFL não estão habilitados a fazer críticas sobre a questão tributária. "A oposição não tem credibilidade nem moral para fazer qualquer crítica sobre essa questão. Os dois principais partidos de oposição, o PSDB e o PFL, governaram o País durante oito anos e aumentaram a carga tributária em dez pontos percentuais em relação ao Produto Interno Bruto (PIB)", argumentou.