Título: Expectativa de elevação do PIB e imposto menor animam analistas
Autor: Claudia Violante, Ricardo Leopoldo
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/03/2005, Investimentos, p. H5

A continuidade do crescimento favorece o mercado acionário. É no que apostam os especialistas. As principais referências da renda variável fecharam 2004 com ganhos: o índice da Bolsa paulista, o Ibovespa (formado pelas 53 ações mais negociadas) avançou 17,81%, enquanto o IBrX-50 (que reúne 50 papéis identificados pela ponderação entre a liquidez e o valor de mercado da companhia) subiu 26,6%. Estimativas preliminares indicam que o PIB terá expansão de 4% este ano, que a renda deve seguir em alta e o juro deve cair. Por isso, analistas citam ações dos setores de varejo, alimentos e bancos, além das exportadoras, como boas apostas.

Mas há outras circunstâncias favoráveis para a bolsa. Uma delas é lembrada pelo sócio-diretor da Fama Investimentos, Fabio Alperowitch: a governança corporativa. "Tentamos influenciar a administração das empresas e participar de conselhos fiscais, propondo mudanças", diz. E há a nova tributação. "A redução do imposto para o segmento, de 20% para 15%, tornou-se um atrativo a mais", acredita Herculano Anibal Alves, diretor da Bradesco Asset Management.

A instituição, com o Bradesco FIA Ibovespa Plus, lidera a classe indexado para pequeno e médio aplicador. O fundo rendeu 15,51% em 2004.

Mineração, siderurgia e petroquímica foram as apostas, certeiras, da Gas Investimentos para o Gas Lotus HG liderar os livres referenciados no Ibovespa para grande investidor.

Manter ativos por um prazo longo é a fórmula que garantiu ao Fama Futurewatch I FIA a primeira colocação entre os livres com referência no Ibovespa para pequeno e médio investidor. Conforme o sócio-diretor Alperowitch, algumas posições persistem há oito anos. "É um fundo arriscado não tão arriscado", define.

Ao fugir de modismos, com o Tarpon HG, a Tarpon Investimentos alcançou o topo do ranking na classe livre que tem como benchmark o IBrX e atende o grande investidor. "Concentramos as atenções em ações boas e baratas", comenta José Carlos Reis de Magalhães, sócio e gestor.

O Geração FIA foi o campeão do segmento livre para pequeno e médio aplicador, ao render 73,11% em 2004, três vezes mais que o IbrX-50, seu benchmark.

Para encabeçar a classe setorial com benchmark nas ações ordinárias da Petrobrás, o SulAmérica FMP FGTS Petrobrás tem uma taxa de administração de 1% ao ano, considerada baixa pelo analista-chefe da SulAmérica Investimentos, Paulo de Sá Pereira. "Quando estes fundos foram criados (em 2000), as taxas eram maiores, mas a competição diminuiu a cobrança."

Em 2004, a carteira teve rentabilidade de 30,55%. Segundo o especialista, a gestão eficiente de 10% do patrimônio que não precisa estar posicionado em Petrobrás ON - a regra deste fundo obriga que pelo menos 90% dos recursos estejam alocados em Petrobrás ON - ajudou a melhorar a rentabilidade.

Alternância trouxe para a HSBC Asset Management a conquista do primeiro lugar da classe setorial de pequeno e médio porte em ações ordinárias da Vale do Rio Doce. O fundo rendeu 37,06%, descontada a taxa de administração de 1%. A marca encosta nos 38,5% apurados por Vale ON em 2004.