Título: Dólar cai 0,57%, apesar do BC
Autor: Silvana Rocha, Mario Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/02/2005, Economia, p. B11

Comercial chegou a R$ 2,599, e o Banco Central começou a comprar; no fim, a moeda americana fechou em R$ 2,604 O dólar fechou em queda de 0,57%, para R$ 2,604, a menor cotação desde 4 de junho de 2002 (R$ 2,597), com o Banco Central dando a entender que opera para manter o comercial acima de R$ 2,60. Isso ficou claro quando o BC anunciou um leilão de compra - o vigésimo da série - quando a moeda americana atingiu a mínima de R$ 2,599 (em queda de 0,76%). O Ibovespa subiu 0,96%, batendo novo recorde de pontuação, 26.670. O risco país caiu 1,71%, para 403 pontos, enquanto o C-Bond avançou 0,06%, vendido com ágio de 2,875%. No leilão, o BC teria comprado cerca de US$ 150 milhões, à taxa de R$ 2,601. Depois da operação, o comercial desacelerou a queda. De manhã, influenciado pelo movimento de formação da taxa média (ptax), o dólar à vista subiu até R$ 2,624, em alta de 0,19%. O fato é que com os leilões de compra, as reservas brasileiras vêm aumentando. Em janeiro, as reservas internacionais líquidas (sem recursos do FMI) subiram US$ 1,765 bilhão, para US$ 27,086 bilhões.

O Santander, o Garantia e o Citibank destacaram-se com grandes lotes negociados nas duas pontas (compra e venda). Como previsto, as instituições pressionaram o dólar para formar uma ptax mais forte, mas com o fluxo comercial e financeiro positivo, passaram a desmontar posições. A estratégia foi bem-sucedida. A ptax de venda fechou em R$ 2,6173, em alta de 0,36%. Essa taxa será usada segunda-feira para os ajustes dos 20 mil contratos de swap cambial vendidos quinta-feira.

Na BM&F, com exceção das ligeiras altas projetadas para o dólar em agosto, setembro e outubro, os demais contratos projetaram queda.

A exemplo de quinta-feira, a Bolsa paulista iniciou o dia em baixa e fechou em alta. De manhã, a Bovespa realizou lucros, com o índice de ações chegando a cair 1,07%. Mas à tarde, com a forte presença de investidores estrangeiros, inverteu a mão e chegou a subir 1,40%, na máxima do dia. O giro financeiro atingiu R$ 2,103 bilhões, o maior desde 8 de outubro, sem contar os dias de vencimento de opções.

Telemar PNA foi a estrela do dia. As preferenciais subiram 5,30%, seguidas de Eletrobrás PNB (3,51%) e Siderúrgica Tubarão PN (3,33%). As maiores quedas foram de Cemig ON (2,75%), Telemar ON (2,08%) e Aracruz PNB (2,05%).

Os juros futuros projetaram ligeira queda.