Título: Petrobrás investirá US$ 3,6 bi em SP
Autor: Viviane Mottin
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/03/2005, Economia, p. B5

Estatal vai destinar US$ 2,745 bilhões para quatro refinarias, implantação de dutos e empreendimentos petroquímicos até 2010

A Petrobrás e sua subsidiária Transpetro pretendem investir US$ 3,663 bilhões no Estado de São Paulo deste ano até 2010. A informação foi divulgada ontem, durante reunião no Palácio dos Bandeirantes com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e mais sete secretários, além de vários executivos da Petrobrás, entre os quais o diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, o presidente da Petroquisa, Kuniyuki Terabe, o diretor da Transpetro, Marcelino Guedes Mosqueira Gomes, e o gerente-executivo de Abastecimento e Refino, Alan Kardec Pinto. O diretor de Abastecimento disse que a estatal investirá US$ 2,745 bilhões em quatro refinarias, implantação de dutos e empreendimentos petroquímicos no Estado de São Paulo, até 2010. O orçamento total da Petrobrás de 2004 a 2010 é de US$ 54 bilhões. Costa informou que das quatro refinarias no Estado de São Paulo (Replan, Revap, Recap e RPBC), o projeto de maior volume será na Replan, em Paulínia, que receberá investimento de US$ 892 milhões. "Os investimentos em São Paulo justificam-se porque no Estado estão as quatro maiores refinarias do sistema Petrobrás, e também o maior mercado de consumo do País, o que gera economia em logística e transportes."

Em todos os projetos nas refinarias serão contempladas ampliações da produção de derivados de petróleo, para aumento da oferta de diesel, GLP, gasolina e coque de petróleo. "Além disso, será enfatizada a redução do teor de enxofre nos combustíveis."

Sobre a aproximação da Petrobrás com as administrações paulista e paulistana, Costa disse que a estatal não enxerga nos novos investimentos ganhos partidários aos tucanos. "Isso para a Petrobrás representa ganho empresarial e, para o Estado, ganhos sociais e em geração de empregos."

PETROQUÍMICA

Segundo Paulo Roberto Costa, dos US$ 2,745 bilhões, US$ 530 milhões serão aplicados em projetos petroquímicos, como o Complexo de Paulínia e outros. O diretor de Abastecimento informou que nos próximos 30 dias serão fechados o preço da matéria-prima, o estatuto e o acordo de acionistas sobre a nova empresa no Complexo de Paulínia.

Ele enfatizou que a divulgação formal sobre o Complexo depende da conclusão desses pontos. "Trabalhamos com a Braskem e nossa idéia é acertar os detalhes nesse período. Por isso, viemos ao encontro com o governo de São Paulo a fim de discutir assuntos relativos à tributação, entre outros, para fechar o mais rápido possível e com todos detalhes."

Segundo ele, o investimento total no Complexo, que contará com uma unidade produtora de propeno e outra com capacidade de 300 mil toneladas/ano a 350 mil toneladas/ano de polipropileno, ainda não foi fechado. Inicialmente, o Complexo estava orçado em torno de US$ 230 milhões.

O secretário de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado de São Paulo, João Carlos Meirelles, informou a Costa que as licenças ambientais vêm sendo concedidas em 6 meses, ante prazos anteriores de 12 a 18 meses. O Complexo de Paulínia, porém, já tem as licenças, por causa do planejamento inicial feito pela Braskem há cerca de cinco anos.