Título: Guarda civil entra na campanha contra armas
Autor: Silvia Amorim
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/02/2005, Metrópole, p. C1

Ministro da Justiça anuncia que postos da guarda receberão armas; nova meta do governo é recolher 500 mil até julho A Guarda Civil Metropolitana (GCM) também terá postos de coleta de armas para a Campanha Nacional do Desarmamento. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o prefeito José Serra no lançamento da campanha de 2005, na Praça da Sé. Uma nova meta de arrecadação foi anunciada. Até julho deste ano, o governo federal quer chegar à marca de 500 mil armas recolhidas. Até agora, foram entregues pela população cerca de 270 mil. Até ontem, somente as polícias estadual e federal estavam autorizadas a receber as armas. Agora, a GCM colocará à disposição suas seis bases de comando operacional nas zonas norte, sul, leste, oeste e central. O atendimento será feito de segunda a domingo das 9 às 17 horas.

A indenização para cada arma varia de R$ 100 a R$ 300. A campanha começou no ano passado e, segundo o Ministério da Justiça, já foram pagos R$ 30 milhões em indenizações. Para 2005, estão previstos mais R$ 20 milhões.

O Estado de São Paulo é o recordista de arrecadação, com mais de 76 mil armas. A capital contribuiu com 6 mil. Em São Paulo, estima-se que a campanha tenha reduzido em 5% o número de homicídios no ano passado.

No lançamento da campanha, ontem, alunos da rede municipal da periferia da zona sul entregaram armas de brinquedo e, em troca, receberam livros infantis. Bastos e Serra destruiram armas com martelo.

Para ampliar os postos de arrecadação, foram fechadas parcerias com a CPTM, o Metrô e a Igreja Católica. "Isso é importante, porque desarma as pessoas e as impede de cometerem aqueles crimes bobos, sem sentido", disse o ministro. E emendou: "Às vezes as pessoas me dizem 'vocês estão desarmando os homens de bem, mas e os bandidos?'. Os bandidos vamos desarmar de outra maneira, pela força do Estado, da polícia e de um Judiciário mais ágil." A meta inicial do governo era tirar de circulação 80 mil armas, mas, por causa da grande adesão, a campanha, que terminaria em dezembro, foi prorrogada até o fim de junho.

Em outubro, será feito um plebiscito para decidir se o Brasil deve proibir a comercialização de armas. "Vamos entrar com força total na luta para que seja proibida a venda de armas", disse o ministro. Serra sugeriu a realização de uma campanha suprapartidária contra a comercialização.

REVITALIZAÇÃO DO CENTRO

Ao fim do evento, o prefeito caminhou até o prédio da Caixa Econômica Federal, onde conheceu o projeto de recuperação do Quadrilátero da Sé, patrocinado pelo banco. A Caixa já recuperou as fachadas dos prédios que compõem o Quadrilátero e, neste ano, deverá começar a construção de duas torres de serviços ligando todo o quarteirão, que fica entre a Catedral e o Pátio do Colégio.