Título: Para madeireiros, medidas barram o desenvolvimento
Autor: Tânia Monteiro
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/02/2005, Nacional, p. A4

Sindicatos de pecuaristas e de madeireiros do Pará divulgaram ontem uma nota na qual classificam as medidas anunciadas pelo governo federal para a região Norte de "ardilosa e oportunisticamente associadas a recentes atos de violência no campo". Eles manifestam inconformismo "diante da maneira rude e autoritária" com que o governo estaria tratando do combate à violência e na questão agrária. Na opinião do Sindicato Paraense de Pecuária de Corte (Sindicorte) e do Sindicato da Indústria Madeireira do Baixo e Médio Xingu (Simbax), o pacote de medidas "interdita o desenvolvimento em nome de uma política de preservação antieconômica, anti-social e antidemocrática". As entidades ressaltam que a morte da irmã Dorothy Stang não pode servir de pretexto "para cercear a atividade de empreendedores que, há mais de 30 anos, se instalaram na Transamazônica, atendendo a um apelo do governo federal".

Anota diz que a criação das reservas extrativistas Verde para Sempre e Riozinho do Anfrísio, em novembro de 2004, e a do Parque Nacional e Estação Ecológica da Terra do Meio, nesta semana, foram "precipitadas e autoritárias, sem debate".

Os sindicatos dizem que o governo Lula, ao criar as reservas, não levou em conta o plano de zoneamento ecológico-econômico do governo do Estado, que está para ser aprovado pela Assembléia Legislativa.